terça-feira, 26 de outubro de 2010

A MAIOR OFERTA

“Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Marcos 12.43b,44).

Nossas contribuições financeiras, dízimos e ofertas, não são meras doações de dinheiro, mas doação de nossa vida. Pois o dinheiro que, nós trabalhadores, temos, advém da vida que dispensamos ao trabalho. Portanto, o salário é a forma como essa vida retorna para nós.

Jesus distinguiu, no versículo acima citado, dois grupos de pessoas: aqueles que dedicam a Deus o que sobra de suas vidas e aqueles que dedicam toda sua vida.

Os que dedicam a sobra de sua vida são aqueles que ocupam a centralidade de sua existência. Para esses o primeiro lugar é sempre ocupado pelo próprio ego. Vivem como se o mundo girasse em torno si. A razão dos outros existirem é para lhes servirem, e sua religiosidade tem o único intuito de constranger Deus a ser seu servo. Contudo, quando tudo está bem e nenhuma ambição lhes provoca o interesse religioso, ir à igreja passa a ser uma mera possibilidade para algum momento em que não se tenha mais nada a fazer. Para piorar a situação, essa gente sempre tem o que fazer: assistir TV, por exemplo. Afinal, “à igreja, posso ir no domingo que vem”.

Os que dedicam toda sua vida a Deus, não se restringem apenas ao tempo destinado para ir à igreja, mas todo seu tempo e todos os seus afazeres refletem ações de graças. Esses, seja no emprego, na escola, nas ruas, nas festas, no recôndito familiar ou na roda de amigos, em tudo o que fazem manifestam a graça de Deus. Pois se rezam, se oram, se comem, se cantam (mesmo músicas populares), se dançam, se trabalham, brincam ou descansam, tudo o fazem para a glória de Deus. Enquanto o primeiro grupo acha que o religari se restringe ao mísero tempo vivido (ou seria perdido?) dentro de um templo, o segundo grupo sabe que é impossível se separar dAquele que é onipresente, e por isso, na igreja, no trabalho, ou no laser, oram sem cessar.

Interessante é que aqueles que mais gozam da presença de Deus em todos os lugares, são, geralmente, os que mais valorizam o encontro com Ele na congregação dos justos, onde as Palavras sagradas e a santa Eucaristia são ministradas; pois assim encontraram, nos altares de Deus, moradia para si, e nestes altares dedicam sua vida.

Mas o que leva o ser humano a dedicar, integralmente, sua vida a Deus? Afinal, não adianta se forçar a ser religioso, nem se obrigar a ir à igreja. Se isso não ocorre espontaneamente, o sujeito estará se forçando, tão somente, a ser um hipócrita. O prazer de servir a Deus começa na compreensão, dada pelo próprio Espírito de Deus, a respeito de três verdades:

1- A centralidade de Cristo. Aquele que te conhece melhor que você mesmo, saberá, como ninguém, conduzir tua vida. Ter Cristo por centro é deixar de ter os interesses pessoais acima dos interesses coletivos; é deixar de pensar no que me favorece para desejar o favor comum a todos; é trocar o bem particular pelo bem comum. A verdade é que, em contra ponto à centralidade do eu, essa troca de pensamento e atitude, onde Cristo é o centro da vida, produz um bem estar inegavelmente amplo. Porque ninguém está bem de fato, quando ninguém está bem ao lado.

2- A consciência do poder transformador da presença de Cristo em sua Palavra e Sacramento. O pão que partimos, na Eucaristia, é o pão que de Cristo partiu e, tendo dado aos seus discípulos, chegou até nós. A Palavra que pregamos saiu dos próprios lábios de Jesus e, repassada por séculos, chegou até nossos ouvidos e coração. O mesmo Cristo que instituiu os sacramentos, o Mesmo Espírito que inspirou sua Palavra, está em nosso meio vivificando e atestando entre nós, o mesmo poder transformador operado no passado.

3- A consciência do nosso valor no Reino de Deus. Enquanto o mundo nos avalia pelo que podemos fazer, Cristo nos avalia pelo que Ele pode fazer em nós. Pois de nada vale a capacidade pessoal se o que dermos a Deus não passar de sobras. Quando compreendemos isso, deixamos de nos estribar em nossa própria força e passamos a nos entregar a Ele integralmente, deixando que Ele nos use, certos de que essa é a forma pelo qual os centavos de uma humilde viúva torna-se a oferta maior.

Quem compreende isso, encontra naturalmente o prazer de servir a Deus; descobre em Seus altares a motivação de servir ao próximo; percebe em Seu amor a razão de viver em comunhão; vê em Seu sacrifício o exemplo a ser seguido, entregando a Ele todo seu viver. Este, com toda certeza, seja rico ou pobre, culto ou inculto, terá dado a Deus a maior oferta.

Um comentário:

  1. OI PASTOR ?
    QUE MENSAGENS LINDAS QUE TOCAM NOS NOSSOS CORAÇOES.
    PARABENS QUE O SENHOR JESUS CONTINUE,
    A LHE ABENÇOAR CADA DIA MAIS, COMO TODA SUA FAMILIA.

    ABRAÇOS

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