terça-feira, 28 de setembro de 2010

AMIGOS PRA QUÊ?

Por Julio Zamparetti

Jesus contou uma parábola de um homem rico que tinha um administrador desonesto. Quando o homem rico pediu contas ao administrador, este percebendo que seria despedido passou a prestar favores aos devedores de seu patrão, diminuindo-lhes a dívida, a fim de que, fazendo esses favores, os favorecidos se tornassem seus amigos e o ajudassem na hora da necessidade que lhe estava por vir, tão logo fosse demitido. Quando o patrão percebeu o feito, elogiou o administrador pela esperteza com que usou dos recursos materiais (mesmo que não lhes pertencesse) para fazer amigos.

Infelizmente, nossa sociedade está perdendo a noção de quanto vale um amigo, uma família, uma congregação de fé! Estamos nos globalizando e ao mesmo tempo nos ilhando, criando centenas e até milhares de amigos nos sites de relacionamentos, mas na hora em que precisamos, temos cada vez menos amigos a quem recorrer! Vivemos aos montes num mesmo condomínio sem sequer sabermos os nomes dos vizinhos de porta! Que ironia do destino, vivermos tão “perto dos olhos, mas longe do coração”, um do outro! Quem imaginaria que num mundo superpopuloso e globalizado, com nossos nomes tão conhecidos no mundo virtual, seríamos tão solitários na vida real?

O problema é que investimos muito em nossa solidão: novos televisores, TV a cabo, computadores e moderníssimos celulares em que temos a chance de desenvolvermos e confinarmos todos os tipos de relacionamentos. Relacionamentos que, no convívio pessoal, não sabemos nutrir. E assim, nós, seres humanos, preferimos investir todos os recursos em nosso mundo virtual e nossas fantasias, onde tudo é perfeito e as pessoas reais não poderão estragar essa “doce ilusão”.

Aquele administrador não foi desonesto pelo que fez, mas sim pelo momento em que fez. Pelo que fez, o patrão o elogiou. Lembre-se de que nada que temos em nossas mãos é nosso, nada levaremos daqui. Tudo é do Senhor e nós somos os administradores de seus bens. Sendo assim, devemos aprender deste texto bíblico que a melhor forma de administrarmos as riquezas desse mundo, que a Deus pertence, é investindo-as na graça de fazer amigos.

Também estão entre as riquezas que dispomos neste mundo, a fé, a religiosidade, a espiritualidade e a cultura de nosso povo. Não poucas vezes usamos as Escrituras Sagradas como argumento para discriminar, marginalizar e excluir, impondo fardos pesados em nome de Deus. O mesmo Deus que propôs trocarmos nosso fardo pesado por seu fardo que é mais leve, trocar o peso de 100 quilos pelo de oitenta ou cinqüenta, e ainda hoje nos propõe trocarmos a condenação da Lei pelo acolhimento do amor. O que Jesus quer dizer é que os filhos da luz deveriam ser mais espertos e apressarem-se a aliviar as cargas uns dos outros e valorizar mais os laços fraternos.

Invista nos relacionamentos. Venda sua TV de 42”, junte o 13º, e faça uma viagem com a família, com os amigos, conheça pessoas, faça novos amigos, ajude os necessitados, visite sua avó, abrace seus filhos, beije seus pais, faça serviços voluntários, colabore com sua igreja e entidades filantrópicas, presenteie quem você ama, diga que o ama.

Mas não seja desonesto como aquele administrador, deixando para fazer isso somente quando estiver para ser despedido dessa existência. Porque, geralmente, só nos damos conta disso e nos tornamos espertos quando já não é mais a vida quem nos apadrinha.

“Por isso eu digo a vocês: usem as riquezas deste mundo para conseguir amigos a fim de que, quando as riquezas faltarem, eles recebam vocês no lar eterno” (Lucas 16.9 NTLH).

Na eternidade não haverá relacionamentos virtuais. É bom cultivarmos bons relacionamentos reais desde já.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ESCÂNDALOS

Por José Fernandes
Minuto de Reflexão

“A ninguém damos qualquer motivo de escândalo, para nosso ministério não ser criticado” (2Cor 6,3).

Escândalos acontecem todos os dias. Aliás, a imprensa escrita, falada, televisiva, tem noticiado escândalos diariamente, tanto de segmentos públicos quanto de escândalos privados. A ética parece estar esquecida no vocabulário de muita gente. Vivemos uma crise sem precedentes. A Igreja tem um papel fundamental nesta questão no momento em que trabalha com princípios, com valores bem definidos. Notamos que pessoas com valores religiosos têm uma preocupação muito grande em denunciar e combater atitudes contrárias.

O apóstolo Paulo tem um cuidado todo especial em tratar do assunto. Ele não quer pregar moral de calças curtas. Tem a plena convicção que não pode exigir que “as pessoas façam o que ele diz, mas não façam o que ele faz”. Portanto alerta aos ministros para que não dêem motivo algum de escândalo, pois poderão ser alvos de críticas. Paulo sabia que precisava ser coerente com a sua fé, com a sua pregação. O ministro precisa ser exemplo se quiser realmente atingir os seus objetivos.

Mas podemos aqui falar não só de ministros da palavra, mas de cristãos que vivem o evangelho. Nós, leigos, seguidores de Cristo, precisamos também ser coerentes com aquilo que acreditamos. Vejo que muitos cristãos não estão nem um pouco preocupados com o modo como vivem. Pensam que são livres para fazer o que bem entendem. Não quero ser um falso moralista, mas sei que as pessoas nos reconhecem pelo que somos e como nos comportamos. Se não somos coerentes com o discurso, perdemos completamente a nossa força. Se nós chamarmos a atenção dos outros pelos escândalos que cometemos, n ão chamaremos a atenção falando do amor de Deus. É um cuidado que precisamos ter. Cumprir os mandamentos e olhar pelo bem comum são desafios constantes para cada um de nós.

Pense nisso. Tenha uma ótima semana e... Fique com Deus!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

RELIGIOSIDADE E SERVIÇO

Baseado em Amós 8:4-7; I Timóteo 2:1-8; Lucas 16:19-31

Deus está interessado em nossa qualidade de vida, na condição de trabalho a que é submetido o trabalhador, também no seu descanso, férias e convívio com sua família, seus amigos e irmãos de fé.

Na leitura de Amós 8, o profeta denuncia a motivação errada de quem guardava os sábados desejando que logo viesse o outro dia para poder fazer seus negócios, acumular bens, aumentar os lucros alterando as balanças e explorar os necessitados.

Quem pensa que Deus instituiu o descanso por motivos arbitrários a fim de satisfazer “seu ego divino” e de quebra provar quais, dentre os homens, são Seus verdadeiros filhos, engana-se redondamente. O que Deus quis foi proporcionar nosso próprio bem. Afinal, o que damos a Deus, para nosso benefício o damos. A oração, que a Ele dirigimos, beneficia com paz e serenidade, em primeiro lugar, a nós que oramos; a adoração que rendemos àquele que era, que é e que há de vir, nos é revertida com a graça de sermos, na adoração, transformados a sua imagem. Assim também, o descanso que lhe dedicamos é exatamente o que precisamos para recebermos dEle a força necessária a fim de continuar a labuta diária.

Quando a igreja primitiva passou a se reunir no primeiro dia da semana, conforme relatado em Atos, demonstrou num simples gesto o que o Apóstolo Paulo expressou perfeitamente nas seguintes palavras que escreveu a Timóteo: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvado” (I Timóteo 2:1-3). Assim disse ele: antes de tudo, orações e ações de graças. Ao começar a semana, o primeiro dia é dia do Senhor (Dominus = Domingo), antes de começar o dia, antes de começar o trabalho, antes de tudo, reconhecermos que dEle precisamos, para também reconhecermos que precisamos dos amigos, dos irmãos, da família, dos pobres e dos necessitados, a fim de que, com todos, aprendamos a amar indistintamente, promovendo mansidão, tranquilidade, piedade e respeito mútuo.

Essa graça não é proveniente da religiosidade ritualista e farisaica, mas da pureza de coração, que é fruto do arrependimento. Numa analogia à Eucaristia, na parábola do Rico e o Lázaro (que significa leproso – análogo a pecador), Jesus mostra que Deus se agradou mais de quem comia das migalhas que sobejavam, do que daquele que se assentava à mesa. Não é errado se assentar à mesa do Senhor, pois para isso fomos convidados, tendo Deus nos feito seus filhos por meio de Jesus Cristo. Errado é excluir dessa mesa os lázaros (pecadores, publicanos, excluídos, marginalizados, prostitutas, homossexuais, divorciados, recasados...), renegando-os, quando muito, às migalhas. Não por acaso disse Jesus: “Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus”. Da mesma forma não é errado ser rico, mas errado é enriquecer às custas da exploração do pobre, da sonegação, da pirataria, etc.

Minha oração é que nosso serviço à mesa do altar, nossas súplicas, nossas orações e ações de graças, tenham primazia em nossas vidas, e sejam em favor de todos os homens, todas as mulheres, todos os Lázaros, seja inclusiva, para que agrade a Deus, que deseja que todos sejam salvos.

sábado, 18 de setembro de 2010

A NOVA VIDA

Por José Fernandes
Minuto de Reflexão

“Portanto, se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo” (2Cor 5,17).

Acredito que a maioria dos cristãos busca todas as manhãs coisas novas. Sempre acordamos com a esperança de que o dia seja bom, que nossos planos funcionem e que possamos viver com tranqüilidade e sob a proteção de Deus. No texto acima referido o apóstolo Paulo fala em criatura nova, em um mundo novo. E este, sem sombra de dúvidas, parece ser o desejo de muitos, que de um momento para outro haja uma verdadeira transformação. Cabe aqui lembrar as inocentes histórias infantis quando num piscar de olhos a mágica toma conta da nossa imaginação e a abóbora transforma-se em carruagem.

É claro que não existe mágica. Mas existe transformação, existe vida nova. Paulo mostra um caminho que pode transformar nossos sonhos em realidade. A transformação aconteceu no momento em que Jesus morreu por nós, deu sua vida em nosso favor, lá no calvário. Tudo o que era velho, antigo, se transformou naquele momento. Deixamos para trás as velhas leis e passamos a viver uma nova realidade. O ato de Cristo transformou a minha, a sua, as nossas vidas, fazendo com que sejamos hoje criaturas novas. Deixamos tudo o que nos atormentava e passamos a viver uma vida conduzida pelo santo evangelho, pela boa-nova da salvação.

Alguns até podem perguntar: mas como acontece isso se eu não vejo nada? E eu respondo, sem medo de errar: “acontece pela fé nesta obra maravilhosa de Jesus”. O simples fato de não precisarmos mais pagar por nossos erros e saber que Deus já nos perdoou é um verdadeiro milagre. Podemos nos sentir aliviados, tranqüilos, sem o pavor do castigo eterno. Podemos olhar para o alto e, arrependidos, agradecer ao Pai do céu por esta verdadeira transformação. Isso nos leva a viver um dia cheio de alegria, de vontade, de entusiasmo e principalmente de certezas. Agora estou cheio de vigor, de forças, de coragem para continuar o meu dia com o coração contrito, sentindo a presença e a força de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pense nisso. Tenha uma ótima semana e... Fique com Deus!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

SERVIR OU SER SERVIDO? EIS A QUESTÃO

Baseado em: Êxodo 32.1-14; I Tim.1:12-17 e Lc.15:1-10

Enquanto Moisés se demorava no Monte Sinai, o povo se corrompia na adoração aos deuses. Então, Deus propõe exterminar aquele povo e fazer uma nova e grande nação a partir de Moisés. Uau! Que proposta irrecusável! O próprio Deus sugerindo uma nova geração em Moisés, um novo e autêntico patriarcado! Quantos desejaram isso! Quantos ainda desejam!

A cada dia surgem novas e novas igrejas, homens se auto-intitulam pastores, bispos, apóstolos ou patriarcas. Sob a voz do latente desejo de poder e domínio, formam novas instituições religiosas, criam suas próprias doutrinas, e como aqueles que construíram a torre de Babel, também esses constituem seus reinos a fim tornar célebres os seus nomes, engordando o rol dos seres luciféricos* que desejam fazer sua morada além dos céus.

Diante da maior oportunidade de fazer seu nome, Moisés, sem titubear, lembra que o patriarca já existia e que a promessa que estava diante de si já havia sido feita a Abraão e, portanto, sua missão não era fazer grande o seu próprio nome, mas trabalhar para que a descendência de Abraão fosse feita uma grande nação. Então, Moisés intercede por aquele povo ao ponto que “o Senhor Deus mudou de idéia e não fez cair sobre o seu povo a desgraça que havia prometido”.

Moisés, por seus atos, deixou claro sua satisfação em ser servo quando podia fazer-se maioral; ser escravo quando podia ser rei. Postura semelhante tem o apóstolo Paulo quando se intitula o pior dentre os pecadores a quem Cristo veio salvar. Certamente esta humildade foi a razão pelo qual esses dois homens tornaram-se ícones tão excelentes da fé autêntica. Afinal, “os que se humilham serão exaltados”.

Esta fé é capaz de nos fazer compreender que quanto mais percebemos nossa pequenez, mais aprendemos o sentido da grandeza da graça e misericórdia de Deus. E quanto mais entendemos a grandeza de Deus, mais nos damos conta de nossa pequenez.

Enquanto para os homens-luciféricos a preocupação se volta para o “capetalismo”, a fama, o sucesso, as multidões, os grandes patrocinadores, associados e dizimistas, os cristificados, tal qual Cristo, valorizam o pobre, o indivíduo, o ser humano, o sofredor, aqueles a quem o menor serviço faz a maior diferença. Só quem entende isso compreende o que faz uma ovelha perdida ter mais valor que as noventa e nove do aprisco; o que faz o ato de servir valer mais que ser servido.

“Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Marcos 10:43b-45a)



* Aqueles que, como o rei da Babilônia (Isaias 14:12), querem pôr-se como a “estrela da Manhã” (traduzido por lúcifer na versão King James), o planeta Vênus, que era tido como a estrela mais brilhante.

sábado, 11 de setembro de 2010

A FÉ QUE NOS MOVE

Por José Fernandes
Minuto de Reflexão

Quando eu era pequeno, tinha um terrível medo do julgamento de Deus. Tudo o que fazia me vinha à mente um questionamento; será que isso é certo? Será que é errado? Será que é pecado? Deus não vai me castigar? Será que vou para o inferno? Tinha aquele conceito de um Deus cruel, austero, vingativo. Não tinha a plena noção de que o Deus que eu acredito hoje sempre foi um Deus de amor, de bondade, de infinita misericórdia. Vivia muito mais sob a lei do pecado do que sob a lei da graça divina. Hoje tenho a plena certeza de que Deus nos perdoa de todos os nossos pecados, se nos arrependermos profundamente.

Mesmo assim não escaparemos do tribunal de Cristo. O apóstolo Paulo afirma isto: “Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo.” (2Cor 5,10) Tudo vai depender do que fizermos e o que praticarmos nesta vida. Mas temos que ter um cuidado especial ao interpretar essas palavras. Corremos um sério risco de achar que seremos salvos por merecimento ou sermos condenados também por merecimento, enquanto o apóstolos já havia falado anteriormente que somos salvos unicamente pela fé no salvador Jesus a qual nos leva a praticar coisas boas. Tudo o que fazemos nesta vida depende da nossa fé. Se o nosso coração estiver vazio os resultados serão desastrosos, porém, se estiver cheio da bondade e do amor de Deus, os resultados, com certeza, serão positivos.

A diferença está no fato de que a nossa fé nos move a fazer o bem. Leva-nos a seguir o exemplo de Jesus, amando sem esperar nada em troca. A escolha deste caminho nos leva a chegar diante do tribunal de Cristo com a consciência tranqüila, sem o medo da condenação, mas da reafirmação de que a nossa escolha foi bem feita. Por outro lado, precisamos ter o cuidado de não acharmos que somos melhores ou mais poderosos do que os outros. Pelo contrário, estamos neste mundo na condição de servos, reconhecidos pela graça que recebemos, pela certeza da salvação, pela convicção de que já fomos salvos por nosso senhor Jesus Cristo.

Pense nisso. Tenha uma ótima semana e... Fique com Deus!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O PARADOXO DA VIDA

Em Deuteronômio, capítulo 30, verso 19, vemos a proposta que o próprio Deus faz ao seu povo, a fim de que este escolha entre a vida e a morte, entre a bênção e a maldição. Por fim, arremata dizendo: “Escolhe, pois, a vida”.

O paradoxo se estabelece quando nos damos conta de que Cristo advertiu que todo aquele que busca “preservar sua vida perdê-la-á” (Lc.17:33). Logo, vemos a necessidade de não apenas escolher a vida, mas discernir que vida escolher.

Para alguns a vida consiste dos prazeres pessoais e momentâneos. Todos temos uma sede espiritual que não poderá jamais ser saciada em coisas finitas, passageiras e materiais. Isso porque essa sede é inerente a todo ser vivente que tenha aquela mínima noção existencial que nos faz desejar saber de onde viemos, quem somos, e para onde iremos. E se a vida não provém do que seja finito, a sede de viver não será satisfeita em coisas finitas; e se a vida não se resume à matéria, ninguém poderá se satisfazer no materialismo; e se a vida não subsiste em um único ser, não viverá plenamente quem vive para si.

A vida é bem maior que o mundo visível. Por isso, nem o mundo inteiro satisfará a alma do ser vivente. Somente algo tão grande quanto à própria vida poderá preencher o vazio de quem vive.

Outro paradoxo se dá na escolha entre bênção e maldição. Isso porque o conceito de bênção tem sido tragicamente invertido nos círculos pseudo-cristãos, onde o conceito de bênção foi reduzido ao sucesso financeiro pessoal. Ironicamente, o que eles buscam por bênção tem sido sua perdição espiritual; enquanto a maldição que rejeitam – a cruz – é, para o verdadeiro cristão, razão de bênção e bem-aventurança.

Cristo se fez maldito. Como está escrito: “maldito todo o que for pendurado no madeiro” (Dt.21:23). Logo, escolher a benção não é abraçar as teologias forçosamente triunfalizadas que muitas seitas têm difundido, mas sim seguir o caminho do calvário, fazendo-se maldição como Cristo se fez, morrendo em relação à vontade própria, vivendo em função do próximo, do Reino e do universo. Porque também quem perder a vida por causa de Cristo e do evangelho salvá-la-á (Mc.8:35).

Também é paradoxal o conceito de liberdade. Enquanto Cristo anuncia as Boas-Novas dizendo que “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo.8:36), São Paulo afirma que pela mesma Boa-Nova ele foi feito escravo (Fm.13).

Embora a prisão a que Paulo se refira tenha sido de algemas físicas, não podemos deixar de refletir sobre outra espécie de prisão. Pois a liberdade que nós recebemos por meio do Evangelho de Cristo também nos aprisiona às algemas da consciência, que nos impede de agirmos, ou seguirmos agindo, de maneira leviana e sem escrúpulo. Pois aquele que tem Deus por Pai não é livre para vender seu voto, não é livre para enriquecer ilicitamente, não é livre para agir maquiavelicamente, nem é livre para oprimir os mais fracos, nem dominá-los pela manipulação da fé, nem difamar o semelhante, não pode trair aos que lhe confiam, nem trair sua própria consciência. Sua liberdade consiste em amar, perdoar e fazer o bem, até mesmo, a quem lhe quer mal.

Assim, embora os termos sejam homônimos, os conceitos que o verdadeiro e o falso cristão têm sobre vida, bênção e liberdade, são completamente opostos.

Escolhe, pois, viver em Cristo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O BOM TEMPERO

Por José Fernandes
MINUTO DE REFLEXÃO


Gosto muito de cozinhar. Até faço boas comidas, mas já esqueci, algumas vezes, de colocar sal. Fica tudo sem gosto, sem aquele sabor que dá vida ao alimento. E é muito complicado adicionar o sal depois. Não é a mesma coisa do que salgar a comida durante o seu preparo. Jesus usa uma linguagem figurativa (Mt 5,13) para falar da importância dos cristãos no mundo. Dá a entender que sem este tempero tudo na vida perde o seu sabor. A função do cristão é a de ser exemplo, fazendo a diferença através da vivência do evangelho. Talvez você não perceba ou não acredita, mas sua ação pode fazer diferença na vida das pessoas que estão ao seu lado em casa, no trabalho e nas horas de diversão.

Por outro lado, se você não tiver esta convicção pode ser um cristão sem gosto, sem sabor. Se a sua ação não fizer a diferença, quem vai fazer? Vejo muitos cristãos vivendo a sua vida como se não precisassem fazer nada de diferente e agem iguais às outras pessoas. Quando a fé não modifica o nosso comportamento, quando não fazemos a diferença, quando perdemos o sabor, é porque não nos deixamos tocar pelo Espírito Santo. E tem muita gente por aí esperando que sejamos diferentes. Muitas pessoas têm sede de ouvir uma palavra de conforto, de esperança, para enfrentar a vida com confiança e coragem. As palavras de Jesus no sermão do monte, com certeza, deram tempero à vida daquele povo, tanto que não queriam se afastar dele.

Como é bom quando as pessoas não querem se afastar de nós porque sentem o tempero. É bom lembrar que muitas vezes fazemos a diferença não pelo que falamos, ou pelo que escrevemos, mas como agimos e nos comportamos diante das coisas, dando o exemplo cristão. Jesus veio para trazer este tempero ao mundo. Veio para transformar a vida de todos.

Pense nisso. Ótima semana e... Fique com Deus!