tag:blogger.com,1999:blog-27532944821334047612024-03-13T12:40:04.984-03:00JULIO ZAMPARETTI"...quero que meus textos sejam comidos. Mais do que isso: quero que eles sejam comidos com prazer. Um texto que dá prazer é degustado vagarosamente. São esses os textos que se transformam em carne e sangue, como na eucaristia." (Rubem Alves)Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.comBlogger256125tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-39598711058724303862016-07-23T23:25:00.000-03:002016-07-23T23:25:28.108-03:00A MELHOR PARTE<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="line-height: 18.4px;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-uSn_PMTF3BU/V5QmpZCdLhI/AAAAAAAAC2c/IAgbLBp24NEVjoiyzi3z3kE-wwi8LKlRQCLcB/s1600/mulher%2Batarefada.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="186" src="https://1.bp.blogspot.com/-uSn_PMTF3BU/V5QmpZCdLhI/AAAAAAAAC2c/IAgbLBp24NEVjoiyzi3z3kE-wwi8LKlRQCLcB/s200/mulher%2Batarefada.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Marta é
aquela mulher que ao receber a visita do Mestre, envolvida nos afazeres
domésticos, não encontrou tempo para ouvi-lo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria é irmã
de Marta, corresponsável por todos os afazeres do qual sua irmã empenhava-se em
lidar. Mas Maria parou e ouvia Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marta é
aquela geração de filhos e filhas de Deus que está sempre ocupada demais para
se permitir parar para jogar uma conversa fora, ouvir uma sonata, declamar um
poema, ou brincar com e como as crianças.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria é
aquela geração que é capaz de, a despeito de tudo, permitir-se ser criança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marta é uma
geração que cresceu, estudou, formou-se, aprimorou-se, desvendou a mente, os
números, criou metodologias, estatísticas e probabilidades. Por isso, não
acredita em intuições, nem precisa de orações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria é uma
geração simples, que simplesmente crê; que faz coisas impensáveis e
impossíveis, talvez pelo simples fato de não ter acesso ou ignorar às tais estatísticas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marta é uma
geração de pessoas bem informadas e evoluídas que não precisa dos conselhos de
quem não estudou tanto, que embora tanto tenha vivido, tempo vivido é tempo
passado, desatualizado, caducado, velho...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria é
capaz de ouvir e aprender com quer que seja: do mais novo ao mais velho, do
mais rico ao mais pobre, do mais estudado ao mais indouto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marta é uma
geração de filhos que, envolvida pelos sons do mundo moderno, não pode perceber
o som suave da brisa, nem a sinfonia regida pela vida, a harmonia da
respiração, a melodia dos sonhos em-cantos e o ritmo do pulsar do coração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria, por
sua vez, baila ao som do coração, do vento, da revoada dos pássaros. Ainda que
não entenda a melodia, pode sentir a vibração do ritmo que a vida rege
harmonizando sua alma à sinfonia do universo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marta é uma
gente que aprendeu a força de um argumento, a importância de uma influência e o
valor de um pronome de tratamento que precede seu próprio nome, da mesma forma
que suas funções, suas atividades e habilidades precedem e ofuscam sua alma.
Marta sabe o que faz, mas não sabe quem é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria é apenas
Maria. Sem pronome de tratamento, sem função. Sabe que antes de ser a
profissional, precisa encontrar-se em si e ser quem é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marta só
pode ler livros, ou artigos, técnicos, que lhes seja proveitoso
profissionalmente ou agregue valor à sua formação. Afinal, Marta não tem tempo
a perder com fábulas, poemas, causos, ou utopias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria gosta
de visitar a lua, as estrelas, imaginar um mundo perfeito, tem um jardim, joga
milho aos pombos, cata conchinhas na beira da praia, crê em Deus e em outras
coisas que não vê; pra relaxar lê Dom Quixote, O Pequeno Príncipe e Irmãos
Grimm.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marta está
preocupada com a concorrência. Ela precisa chegar em primeiro lugar, ser a
melhor, atingir a meta, superar as expectativas, ganhar mercado, garantir o
futuro, sacrificar o presente, a família, os amigos. Marta nunca se satisfaz.
Sua vida sempre está no futuro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria vive o
hoje. Embora sonhe e almeje dias melhores, não se esquece de que ser feliz é
ser feliz agora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marta é
racional; não sonha, porque não pode dormir; não tem esperança, porque não sabe
esperar; não vive, porque não consegue respirar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria,
todavia, aprendeu a amar, e que amar é viver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então disse
o Mestre: “Maria escolheu a melhor parte”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Penso que
ainda temos tempo de escolher.</span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-81745520931471153492016-06-12T15:54:00.000-03:002016-06-12T15:54:21.265-03:006 BÊNÇÃOS DO PAI NOSSO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-6Rtj7cys8Os/V12vt4y8IVI/AAAAAAAAC1g/ExAPM69Pk9Yp4NavkkKi4OnRHqc_URD1wCLcB/s1600/PAI%2BNOSSO.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="127" src="https://2.bp.blogspot.com/-6Rtj7cys8Os/V12vt4y8IVI/AAAAAAAAC1g/ExAPM69Pk9Yp4NavkkKi4OnRHqc_URD1wCLcB/s200/PAI%2BNOSSO.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Quantas vezes rezamos a oração do Pai nosso sem
meditarmos em uma só palavra do que estamos dizendo?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A oração do Pai Nosso é a mais completa oração que pode
haver. Mas para entendermos isso é necessário refletirmos sobre seu significado.
Assim, passaremos abaixo algumas características dessa oração, das quais não se
pode deixar passar sem que lhes seja dada a devida atenção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Atentemos a, pelo menos, 6 bênçãos pedidas através da
oração que Jesus ensinou:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">1- Venha a nós o vosso reino. Segundo o Apóstolo São
Paulo, o reino de Deus é alegria, paz e Justiça. Mas não pense em justiça como
vingança, pense que justiça é ajuste, no sentido de dar equilíbrio à vida e por
em ordem nossos caminhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">2- Seja feita a vossa vontade. A vontade de Deus, segundo
o autor do livro aos Hebreus, é a santificação, o que podemos chamar de
aperfeiçoamento, de todas as pessoas. Afinal, essa é a razão pela qual nos
esforçamos tanto nos estudos, no trabalho e no aprimoramento pessoal diante das
funções que exercemos e, principalmente, diante da missão de sermos mais
humanos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">3- O pão nosso de cada dia nos dai hoje. E não apenas o pão
material, aqui figurando toda a sorte de provisões de que precisamos para
vivermos com dignidade e saúde, mas também o pão espiritual que nos encoraja a
viver, lutar, persistir e acreditar que o amanhã pode ser e será melhor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">4- Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a
quem nos tem ofendido. Ninguém consegue manter um relacionamento, seja qual for
e com quem for, se não houver uma pré-disposição em perdoar. O perdão deve começar
por si mesmo, pois quem se perdoa, assim o faz porque, em primeiro lugar,
admitiu sua própria culpa, e havendo encontrado forças para não se deixar abater
pelo remorso, vê-se capaz de se levantar com disposição para recomeçar. Quem
pode viver essa experiência, também saberá dar essa mesma chance e estímulo a
quem lhe ofendeu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">5- Não nos deixes cair em tentações. Nossas maiores e
mais frequentes tentações estão relacionadas ao egocentrismo. Buscamos a
satisfação nas periferias de nosso ser, sem nos darmos conta das coisas que
realmente são importantes. Portanto, vencer as tentações não é uma luta que se
trava com proibições de coisas que porventura sejam más, mas com o avanço e a
liberdade de se auferir gozo naquilo que é de fato bom, honesto e verdadeiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">6. Livrai-nos do mal. Algumas circunstâncias fogem ao
controle de qualquer pessoa. Por isso, por mais que sejamos precavidos e
organizados, é sempre benvinda toda proteção e força superior. Eis um grande
benefício que nos traz a oração. Por ela somos capazes de equilibrar nossas
forças e contatarmos as energias divinas que envolvem todo o universo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não importa qual seja sua crença, costume ou religião; se
reza decorado ou espontâneo, ou mesmo que não reze. Mais do que uma oração a
ser recitada, o Pai Nosso é uma oração a ser vivida. Pois há quem reze com os
lábios e há quem reze com ações.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Você já rezou hoje?</span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-12140006812219104762016-06-05T14:30:00.001-03:002016-06-05T14:31:39.515-03:00CELEBRANTE DE CASAMENTOS Julio ZamparettiClique <a href="http://juliocelebrante.wix.com/casamentos">AQUI</a> e visite o site<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" height="145" src="https://2.bp.blogspot.com/-yXBih7QtYVM/V1RgZsGX7BI/AAAAAAAACz4/ZTMDzWRa2NMPoFTsoQBiK7rdPBYgshIKQCLcB/s400/CELEBRANTE.jpg" width="400" /></div>
<br />Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-13015531750424739002015-09-05T13:19:00.002-03:002015-09-05T16:59:41.905-03:00POR QUE DEUS MUDA?<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 18.4px;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-LKVcFE_Vb4k/VesV908u6wI/AAAAAAAACto/6I9A3DOS6mw/s1600/mudana03.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><img border="0" height="133" src="http://3.bp.blogspot.com/-LKVcFE_Vb4k/VesV908u6wI/AAAAAAAACto/6I9A3DOS6mw/s200/mudana03.jpg" width="200" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 115%;">O
artigo ‘O Eterno Deus Mutável’ me rendeu o silêncio por parte de muitos, o desprezo
por parte de tantos, muitas críticas e uma queda de mais de 30% no número de
acessos ao meu blog. Acho que desassosseguei alguns! Isso é ótimo! E “pra não
dizer que não falei das flores”, houve uns dois comentários favoráveis que me
fizeram crer que não estou sozinho em meus devaneios.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 115%;">Para
mim a melhor parte foi fazer com que eu mesmo pensasse mais sobre o assunto. E
confesso que descobri um conforto imenso ao pensar num Deus capaz de mudar,
pois só isso justificaria o seu amor por mim, mesmos diante da minha incapacidade
de mudar certas coisas.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 115%;">A
Bíblia descreve um Deus que ama, que sofre, que se arrepende, que se compadece
e se compraz. Um Deus que não suportou a dor de ver seu próprio filho pregado
na cruz, de tal forma que o abandonou, ainda que por alguns instantes. Fraqueza
de Deus? Por que não? Só os mortos não sentem nada. A fraqueza e todos os
demais sentimentos são faces da vida. Por que seria diferente aquele que é a
própria vida?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 115%;">Um
Deus que tem sentimentos é um Deus mutável, porque é para isso que serve os
sentidos. A gente muda por amor, a gente age em meio a dor, a gente para ou
segue em função de um sentimento. Sentimentos não são leis, não são duros, não
são estáticos, não são imutáveis, pelo contrário, são transformáveis e
transformadores. Como seria diferente aquele que é o próprio amor?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 115%;">Disseram-me
que estou errado em querer compreender Deus a partir do homem. Ora, já dizia o
autor sagrado que tudo o que se pode conhecer de Deus está manifesto na
criação. Portanto, a criação é a manifestação mais confiável de quem é Deus.
Acho que errados estão aqueles que querem encontra-lo nas nuvens. E acho que os
anjos continuam perguntando: por que vocês ficam olhando para cima?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 115%;">Quando
eu quero conhecer Deus, olho para a terra, para os campos, para o alecrim, para
quem sofre, para quem é feliz, para quem está vivo. Não posso ver o criador,
mas o entendo na sua criação; não posso ver o pai, mas o reconheço no filho. Assim
entendo porque Ele é PAI NOSSO.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 115%;">Segundo
a Bíblia nosso corpo veio da terra, mas nosso espírito veio de Deus. Portanto,
nosso espírito é parte, ou partícula dEle. Ele nos gerou a partir de sí, do que
Ele próprio é, segundo sua imagem e semelhança. Somos filhos dEle, anjos
encarnados. Não é de se espantar que nos compreenda tão bem! Não é de se
estranhar que nos ame tanto e que mude por nós, em nós e conosco, assim como
nós mudamos por Cristo, em Cristo e com Cristo. Não é de se admirar que só nele
nossa alma se aquieta e encontra a paz.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 115%;">Alguns,
em nome de Deus e da fé, estabelecem leis rígidas e justificam sua rigidez
moral e seu preconceito com fundamento naquilo que chamam de decretos
irrevogáveis de Deus. Pobres coitados! Precisam nascer de novo, nascer do
Espírito, nascer de Deus, tornarem-se filhos dEle, mais semelhantes a Ele,
MUTÁVEIS.</span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-14068208828965393452015-08-28T17:52:00.001-03:002015-08-28T18:10:49.667-03:00O ETERNO DEUS MUTÁVEL<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<b><span style="font-size: large;">Por Julio Zamparetti</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-cenjzKwsmSw/VeDFcYEUiZI/AAAAAAAACs0/9BUEj2l_ehk/s1600/MUDAN%25C3%2587A.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="89" src="http://1.bp.blogspot.com/-cenjzKwsmSw/VeDFcYEUiZI/AAAAAAAACs0/9BUEj2l_ehk/s200/MUDAN%25C3%2587A.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Falar sobre Deus é
difícil. Se eu pudesse fazê-lo, Deus não seria Deus, uma vez que Deus para ser
Deus tem que estar acima de tudo. Se Ele é quem está acima, nada pode ser
falado sobre Ele. A única coisa que posso dizer de Deus, di-lo-ei sob Ele,
porque estando bem abaixo posso apenas contar o que minha visão espiritual
nublada, abaixo, distante e limitada pode ver a respeito dEle, se é que o pode
ver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Muita gente fala
sobre Deus. No entanto, se fala sobre Ele, não é dEle que se fala, mas sim de
um deus pequeno abaixo. O que se pode falar
de Deus é o que sob Ele se pode entender dEle. Isso, acreditem-me, já é
muita coisa. Só os iluminados ou malucos podem estar sob Ele de maneira a
entender alguma coisa dEle. Se você não é iluminado ou maluco, parabéns, você deve ser são! Pena que os sãos não precisam de Deus e nem foi para esses que Deus se
manifestou na pessoa de Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Acho que todos somos
meio malucos, meio iluminados, oscilante entre os dois, ou, talvez, maluco e
iluminado seja a mesma coisa. O fato é que somos mutantes, estamos sempre
mudando, e isso acontece pelo simples fato de estarmos vivos. A mutação é a
principal característica de um ser vivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">E Deus é vivo?
Obviamente sim. Mas há quem diga o contrário, e não estou falando de Nietzsche,
me refiro a todos que afirmam que Deus é imutável. Afinal, o que não muda não
tem vida, e por mais beleza que possa ter, é como flor de plástico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O Deus sob o qual eu
tento vislumbrá-lo muda todos os dias porque em nenhum dia eu sou o mesmo. Ele
que é o mesmo ontem hoje e eternamente continua revogando seus “decretos
irrevogáveis” por amor de um pecador arrependido; continua voltando atrás com
relação ao castigo que anunciou, para atender o clamor sincero de um povo
devoto; continua mudando a direção do mover de seu Espírito sem qualquer
prescrição, tal como afirmou o Cristo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Quem não muda mesmo
é a igreja morta, que mortificou seus ensinamentos com dogmas e leis as quais
jugou infalíveis e inquestionáveis. Como poderiam essas leis e dogmas serem “verdades
imutáveis” se procedessem de um Deus mutável? E como a igreja dominaria o povo
se não detivesse as “verdades imutáveis”? Assim, para dominar o mundo, a igreja matou
seu deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Depois de matar o
seu deus, a igreja condenou aqueles que, segundo ela, eram maus. E mandou para
a fogueira vários dos que eram semelhantes a Deus e, por serem semelhantes a
Deus, pensavam livremente e eram capazes de mudar o pensamento, a si próprio, o
mundo e a história. Hoje, apagaram-se as tochas, mas continuam sendo acesas as
fogueiras moralistas dos pregadores que arbitram contra os homossexuais, as
religiões africanas ou orientais, as benzedeiras, os sensitivos e qualquer pessoa que
mesmo sendo do bem não esteja sob o domínio eclesiástico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Lembro-me de um
texto bíblico em que o profeta advertiu o povo de Israel de que Deus mudaria sua
escolha a respeito de quem seria para sempre o seu povo. Dizem que Deus cumpriu
a mudança há dois mil anos... Eu penso que Deus mudou muito mais vezes! Porque
Ele vive.</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-84036473467969813732015-06-29T13:30:00.000-03:002015-08-07T11:12:53.728-03:00QUEM É O CRISTO<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><b> Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-wip0C6auG7M/VZFyTfehU5I/AAAAAAAACjA/5HMBeS9MlJU/s1600/CRISTO.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://3.bp.blogspot.com/-wip0C6auG7M/VZFyTfehU5I/AAAAAAAACjA/5HMBeS9MlJU/s200/CRISTO.jpg" width="155" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando Pedro disse que Jesus era o
Cristo, deu a Jesus a sua dimensão cósmica. Enquanto todos o comparavam a
profetas e líderes, Pedro o reconheceu como o Cristo, o Filho de Deus. Essa
dimensão crística de Jesus está muito além da dimensão existencial do Jesus
histórico, pois o Cristo é pré-existente. Ao afirmar que Jesus era o Cristo,
estava dizendo que ele era muito maior que sua breve história terrena; que não
era mera matéria, mas se tratava de um ser divino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O Cristo já estava na criação de
todas as coisas, no verbo, vento, sobre as águas; estava presente nos profetas,
em Moisés, Maomé, Buda, Gandhi e outros; está presente em nós, no amor que
partilhamos, na caridade que praticamos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pensar em Cristo somente no âmbito do
Jesus histórico é tolher da fé o que de melhor a fé pode alcançar; é querer limitar
a abrangência do Reino de Deus aos limiares da religião cristã. Doutra sorte, confessar
que Jesus é o Cristo significa dizer que Cristo não cabe dentro do
cristianismo. Na verdade o que temos, hoje, por cristianismo deveria se chamar
jesuismo, porque se baseia unicamente no Jesus histórico - sua carne e sangue -
e não no Cristo cósmico ou univérsico - seu Espírito e Verdade. O cristianismo
quando baseado no Espírito e Verdade se desprende de suas teias dogmáticas e
passa a considerar todo aprendizado, amor e caridade vividos por todas as
pessoas de bem, sejam elas professantes ou não de qualquer religião. O cristão
que vive nessa perspectiva não se ocupa com acusações, apologias ou condenações às religiões ou pessoas que creem de outro modo. Pelo contrário, procura
aprender, amar e conviver em harmonia com o diferente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu não acredito que Deus pudesse
entregar toda revelação de si a apenas uma religião. Não. Ele não seria tão
pequeno. Definitivamente, ele revelou um pouco, apenas um pouquinho, de si em
cada religião, cultura, povo, tribo e pessoa, para que possamos conhece-lo
mais, quando soubermos aprender uns com os outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A resposta de Pedro lhe rendeu dois bônus:
a edificação da igreja e as chaves do Reino dos céus. Igreja vem do termo ‘eklesius’
que significa ‘chamados para fora’, bem diferente do que temos por igreja nos
dias de hoje que, ao contrário, nos ‘chama para dentro’ de seu sistema e nos
fecha para o mundo. Reconhecer o Cristo é receber sobre si a edificação do ser
chamado para fora, libertar-se dos sistemas, ser livre, ser eterno, ser muito
mais que este corpo mortal. Para esses mesmos, também lhes são dadas as chaves
do Reino que lhes permitem promover a justiça onde só há injustiça, o amor onde
só há guerra, a alegria onde só há tristeza, possibilidades onde só há
limitações e a paz de espírito onde só há conflito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Quem reconhece o Cristo cósmico e
nele crê torna-se semelhante a ele. Já não está mais limitado ao corpo, à condição
física, ao mundo material; ele é maior que isso tudo; é capaz de se superar diante
de qualquer dificuldade, não desiste jamais de seus sonhos, não para a beira do
caminho; tudo pode, tudo crê, tudo espera; descobriu Deus e a força de seu
amor.</span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-9123843730633450342015-06-08T11:27:00.000-03:002015-06-08T11:27:34.503-03:00OS IMORTAIS<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-AeXbXB8pF2Q/VXWkpzUrjSI/AAAAAAAACiw/8Azprfvsb_s/s1600/Esp%25C3%25ADrito-Imortal1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://3.bp.blogspot.com/-AeXbXB8pF2Q/VXWkpzUrjSI/AAAAAAAACiw/8Azprfvsb_s/s200/Esp%25C3%25ADrito-Imortal1.jpg" width="168" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O Céu é um lugar real que fica localizado, mais ou menos,
à altura do peito. Nele não habitam os mortos. Nele habitam os imortais
imortalizados pelo amor e no amor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os imortais são aqueles que descobrem o caminho da
felicidade acircunstancial. O seu espírito é capaz de se elevar mesmo quando
sua carne definha; sua alma amadurece, mesmo quando o corpo adoece; seu coração
é consolado enquanto seus membros são afligidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os imortais caminham por onde não há trilha, não há
setas, não há luz. Eles se guiam por aquilo que os olhos não veem, os ouvidos
não ouvem, as narinas não cheiram, o paladar não sente, o tato não toca, o
mortal não entende. Por isso os imortais são incompreendidos. E a despeito de
toda ferida que esse mundo lhe cause, as aflições da matéria não lhe são como castigo,
porque também sua consolação não é material.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas não quero que pensem que a consolação só é encontrada
após a morte. Não! A consolação é encontrada sempre no Céu. Sim, esse Céu que
se encontra dentro do peito; esse Céu que pulsa vida; esse Céu do qual o autor
sagrado dizia: “vós já tendes chegado”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É bem verdade que eu posso encontrar esse Céu... esse
Deus... nas estrelas, nos astros, na imensidão. Mas de que me vale encontra-lo
onde não posso alcança-lo? Todavia, posso alcança-lo, em meus irmãos que
sofrem, que padecem e carecem de ajuda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Habite o Céu dentro de mim para que eu o possa transmiti-lo.
Seja o meu coração a vértice onde Céu e terra se convirjam permitindo-me
vislumbrar de onde vim, quem sou, porque estou aqui, e pra onde vou. Seja eu
livre do poder das circunstâncias e descubra a verdadeira felicidade, a paz e a
consolação. E se não for pedir demais, um pouco de saúde pra esse corpo mortal.
Amém.<o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-14572000291656818472015-04-21T17:24:00.001-03:002015-04-21T17:24:11.759-03:00DAQUI NADA SE LEVA... SERÁ?<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-WfxEdy94_u4/VTaxrlAtmfI/AAAAAAAACgM/Qs3uUYhffBM/s1600/bolinhos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-WfxEdy94_u4/VTaxrlAtmfI/AAAAAAAACgM/Qs3uUYhffBM/s1600/bolinhos.jpg" height="125" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Hoje
estou tendendo fortemente a acreditar que somos a soma de tudo que amamos, sejam
experiências, coisas, pessoas, ou ideologias. Em cada um desses itens há o que
amar e há também o que relevar. A propósito, há coisas que nos tornam escravos
da liberdade, como os livros (e meu violão. rsrs). É muito bom que amemos e até
nos escravizemos a essas coisas. É bom que sintamos crise de abstinência ao
passar o dia longe delas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">É por
isso que eu contesto aquele ditado que diz que daqui nada se leva. Na verdade,
acredito que levarei tudo que houver deixado. Porque só se pode deixar o que se
tem, e só se pode ter o que foi herdado por amor. Não levaremos coisa alguma
que tenhamos adquirido por dinheiro, ou violência, mas, tenho certeza de que
levaremos tudo que estiver ligado ao coração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">É bem
verdade que há muitos que ataram seu coração ao que compraram. Pobres coitados!
Quão diminuta será sua herança! Eu, ao contrário, me desapego de tudo que seja
meu, e amo tudo o que é de Deus. Por isso levarei a Terra, o Sol, A Lua, o mar,
as estrelas. Levarei também meus livros, meus discos, meu violão, uns bolinhos de chuva e até meus
bichos de estimação. Principalmente, levarei meus amigos, meus filhos e todos
os meus amados, ainda que permaneçam por aqui durante muitos anos depois.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Acontece
que eu não acredito em fantasmas, períspirito, ou qualquer forma corporal da
alma. Estou convicto de que se há vida eterna, ela se dará na forma do amor.
Acho que o amor é a verdadeira forma do corpo ressurreto e eterno. Talvez isso
explique porque se conectam as pessoas que amam. Se você, que me lê, ama, sabe
muito bem do que estou falando. Quando amamos nos conectamos aos que amaram, aos
que amam e até aos que haverão de amar um dia.<o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-86231471835152744472015-04-13T11:08:00.000-03:002015-04-13T11:08:18.562-03:00O CÉU COMO CREIO<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;"><b> Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-KcL6j4AmN7E/VSvNYmfFCcI/AAAAAAAACU4/DLmAhEavcv8/s1600/C%C3%89U.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-KcL6j4AmN7E/VSvNYmfFCcI/AAAAAAAACU4/DLmAhEavcv8/s1600/C%C3%89U.jpg" height="125" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Não
é estranho que a mensagem religiosa nos ensine que a vida altruísta e
comunitária seja uma forma de alcançar a salvação eterna individual? Eu acho
bem mais coerente pensar que a vida altruísta e comunitária seja, então, uma
prévia do que é a eternidade. Quando os Cristãos, após a ressurreição de Cristo
passaram a ter tudo em comum, sem que ninguém fosse dono de nada e ninguém
tivesse falta de nada, anunciavam o que haveria de ser o reino eterno. Assim os
que se adaptam a esse <i>modus vivendi</i>
estarão, aqui na terra, mais próximos ao que os espera após a morte. É até possível
dizer que essa forma de viver seja uma forma de celestificar a vida terrenal.
Com base nisso, sou capaz de dizer que o céu não tem indivíduos, pois, nele,
Deus é tudo em todos e todos são um em Deus, como diz as Escrituras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Nossa
dificuldade em aceitar essa tese se dá pelo fato de que nossa mente egoísta
quer para nós, e somente para nós, o fruto de nossa justiça própria. Assim,
pensamos que se individualmente fizemos o bem, individualmente devemos colher os
frutos. Em razão disso, a vida parece ter sentido somente se depois dela houver
algo nos esperando com nosso nome escrito sobre uma recompensa ou castigo
merecido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Entretanto,
a meu ver, o exemplo de Cristo subverte toda essa lógica de pensamento. Jesus
veio para salvar o mundo, e não a si mesmo, e ainda disse que quem cresse nele
faria as mesmas obras e as fariam ainda maiores. Não posso deixar de pensar no
que significa sua ordem de dar de graça o que de graça foi recebido. Parece-me que
ser salvo é, em si, um chamado a ser salvador. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Talvez,
salvar o mundo não seja uma tarefa inerente ao Cristo histórico, mas ao Cristo
cósmico, cordeiro imolado antes da fundação do mundo, e que hoje tem seu corpo
místico materializado em todos os homens de boa vontade sobre a terra, e,
talvez, a história do Salvador seja apenas um ícone da cosmologia da salvação.
Ou seja, o Cristo cósmico, do qual somos parte, é maior que o Cristo histórico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Nesse
ínterim, acho que o maior erro da igreja foi ensinar que o sacrifício histórico
do Cristo fosse suficiente para remir a humanidade. Então, confiando na
remissão por meio do sacrifício histórico, os fiéis se apropriaram de uma
salvação mágica praticada em um único e solitário ato, alheio e independente de
qualquer obra humana. Isso contraria o que o próprio Cristo falou a respeito de
que o seu reino não se manifestaria com visível aparência, mas se daria no
interior de cada pessoa, resultando e evidenciando-se em suas boas obras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Por
outro lado, a compreensão do sacrifício cósmico, ou sacrifício do Cristo
cósmico, nos coloca dentro do ato. E, então, Cristo salvou e ainda salva por
meio de um corpo místico, do qual somos membros ativos, num ato sacrificial
universal e contínuo de altruísmo, acolhida, doação e amor ao próximo. É
razoável entender que um sacrifício dessa proporção certamente salva o mundo. A
partir disso, poderemos encontrar o cumprimento da palavra do Cristo histórico
quando disse algo sobre realizarmos obras maiores. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Todavia,
acho difícil que quem faça o bem pensando no bem a receber pelos méritos do bem
que fez, possa salvar o mundo, visto que apenas busca salvar a si mesmo. Ainda
mais quando se espera que a colheita seja exclusiva de quem plantou. Porque um
ato de amor não perspecta retorno, e não posso crer em salvação sem amor. Quem
ama se alegra em ver todos colhendo os frutos daquilo que ele semeou, mesmo que
só ele tenha semeado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Claro
que eu posso estar errado, mas não consigo conceber a ideia de um céu de
individualidades. Toda individualidade gera exclusão, exceção e acepção. Não
poderia ter sido criado por um Deus que não faz qualquer acepção de pessoas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Quem
ama e é amado já alcançou a vida eterna. Quem não sabe amar, tão pouco sabe ser
amado. Para este, a eternidade, se possível fosse, lhe seria um inferno. Essa é
a razão pela qual Deus, que é amor, não permitiria que houvesse vida eterna
senão no amor. Sem amor nada é eterno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Creio
num céu em que somos eternizados pelo amor e no amor. Onde, seja aonde for, viveremos
eternamente em cada vida que amamos e coração que nos amou, da mesma forma que
levaremos vivos em nós tudo que nos foi amado. Então unidos e unos,
celebraremos com amor, no amor e pelo amor o amor que nos uniu. Como dizia o
autor sagrado, no final de tudo só o amor permanecerá. “O amor jamais acaba”.
Eis a vida eterna! Quem sabe possamos ser como disse o poeta: uma parte de mim
é amor, a outra parte... também.<o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-15649726071771856412015-02-25T13:08:00.000-03:002015-02-26T12:50:33.806-03:00MANHÃS DE INVERNO<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><b>Por Julio Zamparetti </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-uFIsnSy5Sew/VO3y9UC89pI/AAAAAAAACTw/xFyUOvrdkrg/s1600/MANH%C3%83S%2BDE%2BINVERNO.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-uFIsnSy5Sew/VO3y9UC89pI/AAAAAAAACTw/xFyUOvrdkrg/s1600/MANH%C3%83S%2BDE%2BINVERNO.jpg" height="150" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Estamos
no mês de Fevereiro, pleno verão, mas a frente fria que chegou ontem à tarde
provocando tempestade, raios, ventos, alagamentos e destelhamentos, também
proporcionou, hoje, uma manhã relativamente fria que me lembrou as manhãs de
inverno. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu adoro
manhãs de inverno! Lembram-me os tempos de criança, das aulas matutinas no
Colégio Santíssimo Sacramento, mais conhecido como “o colégio das Irmãs Baianas”.
Até hoje é conhecido assim porque é dirigido por uma congregação de freiras da
Bahia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Minha
nostalgia não se dá por conta de que a vida fosse boa naquele tempo. Na verdade
guardo mais lembranças ruins do que boas daquela época. Afinal, enfrentei a
separação de meus pais e todos os problemas acarretados em função disso, num tempo em que isso
era absolutamente anormal. Dentre meus colegas de classe eu era o único nessa
situação. Naquele tempo, quando um casal se separava era um escândalo na
cidade! Nem professores, nem diretores, freiras ou padres sabiam, ao certo,
como lidar com essa realidade que começava a despontar. Quem imaginaria que
hoje essa condição seria tão normal?!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Minha
nostalgia se dá porque a escola era meu o refúgio. Nela eu entrava no mundo das
letras, dos versos, do conhecimento e contemplava um universo tão extenso, que eu já não podia limitar meu olhar às poucas desilusões de minha própria vida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Assim
as manhãs de inverno me fazem sentir aquela paz que eu sentia na infância. Os
problemas de hoje são diferentes dos daqueles dias e as soluções, quando há,
não poderiam ser as mesmas. Mas a paz é sempre paz. E como é bom senti-la assim
depois de um dia de tempestade!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">As
manhãs de inverno são mais limpas, o ar é mais fresco, o azul do céu é mais
intenso, a gente corre para um lugar ao sol e reclama do frio só para deixar
bem registrado o frio que amamos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu
amo o Sul! Ah, que delícia são os campos das serras gaúcha e catarinense, suas
paisagens, seus canyons, araucárias, maçãs, uvas, o bom vinho, o mate amargo, o
pinhão assado na chapa do fogão à lenha onde a gente se agrupa em volta para se
aquecer! Não há alma que não se sinta refugiada, aquecida e acolhida nas
campinas do meu rincão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
frio aquece o coração. Com o frio a gente quer estar próximo um do outro. Não é
por acaso o sucesso das rodas de chimarrão. As pessoas ficam mais solidárias, os
casais andam juntinhos, os abraços são mais calorosos e desejados e a vida
ganha um calor especial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">As
manhãs de inverno me fazem me sentir menino de novo. Tenho a sensação de ser,
outra vez, um guri cheio de sonhos nutridos pela confiança de ter a vida toda
pela frente. É um antídoto para minha adultite*. É uma graça divina que me faz ser
criança novamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Preciso
erguer as mãos aos céus e agradecer a Deus por, mais uma vez, ter me lembrado
da necessidade que tenho de ser criança, pois isso me é vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Talvez
as manhãs de inverno não lhe representem o mesmo que representam a mim. Mas
você não pode deixar de descobrir a sua cura, o seu antídoto contra a frieza e
o sectarismo que a vida adulta lhe causou. Descubra sua manhã de inverno...
Descubra o que lhe faça ver, sonhar e acreditar como se fosse uma criança.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">---------------------<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">* infecção
do ser adulto.<o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-12748197586128240942015-02-08T14:44:00.002-02:002015-05-29T08:44:50.707-03:00JESUS ERA PADEIRO<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-gh88IdXhDYA/VNeSND4GQKI/AAAAAAAACTY/yNViRF1hUMY/s1600/PADEIRO.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" height="141" src="http://4.bp.blogspot.com/-gh88IdXhDYA/VNeSND4GQKI/AAAAAAAACTY/yNViRF1hUMY/s1600/PADEIRO.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Desde
criança ouço a respeito de fulano ou sicrano q</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">ue “comeu o pão que o diabo
amaçou”. Não sei quem criou esse dizer, mas agora sei que estava errado. O
diabo nunca foi padeiro, nunca foi nada, nunca foi. Sendo ele o opositor de
Deus, a quem as Escrituras denominam como “O Grande Eu Sou”, a única coisa que
resta ao diabo ser é ‘o pequeno nada é’.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
padeiro foi Jesus, e que padeiro foi! Nunca outro fez, de cinco pães, pães
suficientes para alimentar mais de vinte mil pessoas, em uma só tarde! Depois
da ressurreição, ele apareceu aos discípulos assando um pão e convidando-os
para jantar. E não se pode deixar de mencionar que o amor de Jesus pela arte
culinária panificadora e sua identificação com ela eram tão intensos que disse:
este pão é meu corpo. Isso é como o músico que diz que em suas veias corre
música, ou o montanhista que diz que seu coração pulsa montanhas.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Carpinteiro
foi seu pai, São José. Jesus exerceu esse ofício enquanto viveu a vida de seus
pais. Quando saiu para viver sua própria vida e cumprir o propósito de sua
existência, assumiu sua verdadeira profissão, padeiro. Não foi à toa que disse:
“Quem vem a mim jamais terá fome”. <o:p></o:p></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria que seu trabalho, como seu amor, fosse degustado, metabolizado,
e compusesse, biológica e espiritualmente, o ser que somos.</span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu
imagino que, nesse ponto da leitura, muitos estejam resistentes em aceitar o
que eu digo. Isso é compreensível. Preferimos um Jesus Rei, imaginamo-lo como
um grande líder religioso, alguém com grande influência política. No Brasil,
aprendemos desde pequeno que Deus é brasileiro e que padeiro sempre foi um
português! </span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É importante dizer que esse ensaio não visa diplomar Jesus nesse ou aquele ofício, e sim lançar luz sobre uma nova analogia do caráter cristão.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
perspectiva que criamos, recebemos e transmitimos de quem é Jesus nos impede de
reconhecê-lo como ele é de fato. Como os discípulos no caminho de Emaús, também
nós somos incapazes de reconhecê-lo, ainda que estejamos vendo, andando e
conversando com ele. Aqueles discípulos esperavam alguém que libertasse o povo
da opressão romana e restituísse o trono de Davi. Queriam um Rei, daqueles
escolhidos dentre os grandes soldados guerreiros, não um padeiro. Nós também esperamos
que Cristo seja um milagreiro, um gênio da lâmpada, um imperador que ponha tudo
em ordem, não um trabalhador.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas
também como os discípulos no caminho de Emaús, nossos olhos são abertos no
partir do pão. Engana-se quem diz reconhece-lo nos templos, nos dogmas, na
hierarquia eclesial, ou nas vestes litúrgicas. Ele é reconhecível na partilha
do pão, da sopa, do teto, da terra, da renda e da própria alma. Por isso
reconheço Cristo nas grandes mesas em que comunidades inteiras de chineses que
jamais ouviram falar de Jesus partilham sua refeição, fazendo assim com que
ninguém dos seus passe fome. Reconheço Cristo na forma comunitária e devotada
com que tribos indígenas, sem a religião cristã, partilham e cuidam da terra e
seus recursos. Reconheço Cristo na humanidade de quem, mesmo sem religião,
acolhe os desabrigados e desprezados pela sociedade. Reconheço Cristo naqueles
que, mesmo sem crer em Deus, partilham seus bens com os necessitados. Reconheço
Jesus naqueles que, mesmo contrariando a religião, expõem sua alma, partilham
seus sentimentos e lutam por aquilo que acreditam.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como
bom padeiro, Jesus gostava de convidar os amigos para uma boa degustação acompanhada
de peixes, ervas amargas e vinhos. Nem todo pão agrada a toda gente; pouca
gente se agrada do amargor das ervas; e não é qualquer um que aprende a apreciar
um bom vinho. Acho que vem daí a atribuição do amassamento de certos pães à
figura do diabo. Por isso insisto em dizer: o diabo não é padeiro, Jesus é. E
tenho uma prova cabal disso. O salmista disse que “aos seus amados, Deus lhes abençoa
enquanto dormem”, enquanto outro autor sagrado diz que “Deus não faz acepção de
pessoas”. Viu? É o padeiro quem acorda muito cedo e trabalha duro, enquanto
todos dormem, a fim de que de manhã cedinho, reis, soldados, plebeus, damas e
vagabundos, indistintamente, tenham o que comer. Existe prova maior que essa?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por
fim, é bom saber que amargores, bolores, tristezas e choros também fazem parte
da culinária de Cristo. Por isso, saber viver é como aprender a degustar um bom
vinho Cabernet, um bom queijo Grana, uma boa radice com polenta. No início
parece horrível, mas quando se aprende a degustar percebe-se que não há coisa
melhor. O pão que Jesus amassou é assim: nem sempre é facilmente digerido; alguns
nunca aprendem a degusta-lo; há até quem diga que foi o diabo quem o amassou; enfim,
talvez seja para poucos, mas espero que você seja um destes. Porque a vida só é
boa quando é plena, e só é plena quando se aprende a viver bem suas doçuras e
amarguras.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Servido?<o:p></o:p></span></div>
</div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-83660605829020282512015-01-25T13:03:00.000-02:002015-01-25T13:03:03.708-02:00O EVANGELHO SEGUNDO ZEBEDEU<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><b>Por Julio Zamparetti</b> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-rH1L6chIISY/VMUFUJGP5oI/AAAAAAAACTI/8UcQdUo3awI/s1600/ZABADEU.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-rH1L6chIISY/VMUFUJGP5oI/AAAAAAAACTI/8UcQdUo3awI/s1600/ZABADEU.jpg" height="130" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje
estou mais herege que de costume. Tenho que fazer a homilia da missa da noite e
me deparo com alguns problemas com a liturgia. A primeira leitura é sobre a
pregação de Jonas e o arrependimento dos ninivitas. Tudo bem se não fosse a
forma como Jonas se expressa e a motivação que leva os ninivitas à conversão. O
texto diz que Jonas anunciou a destruição da cidade em quarenta dias, o povo se
converte por medo e, em vista à conversão do povo, Deus suspendeu o mal do qual
havia ameaçado fazer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em
primeiro lugar, eu não creio num Deus que faça o mal. A gente não precisa de um
deus, nem de um diabo, para fazer o que nós mesmos fazemos com extrema perícia.
Também não creio num deus que ameasse, e muito menos na conversão que seja
fruto de uma ameaça. Porque mudar de atitude por medo do castigo não é
conversão, mas sim uma estratégia típica de quem é perito em maldades. Até
Maquiavel ensinava “converter-se” em tal circunstância.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É
impossível ler esse texto sem pensar no contexto histórico e cultural sob o
qual fora escrito. Existe uma clara influência das crenças politeístas que
acreditavam que todo mal, como todo bem, procedia dos deuses e que os
sacrifícios, jejuns e rituais aplacavam a ira e o furor divino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
segunda leitura traz um caráter depreciador em relação à vida aqui e agora. O
apóstolo apresenta a conversão como um peso em que tudo no mundo tem que perder
o sentido de ser. Na liturgia de hoje, assim diz o autor sagrado: “quem é
casado, viva como se não fosse”; eu, todavia, prefiro o que diz outro autor não
menos sagrado: “desfruta a companhia da mulher que amas”. Na liturgia de hoje: “Quem
chora, viva como se não chorasse”. Bem, o certo é que alguém bem mais sagrado
disse: “Felizes são os que choram...”. O apóstolo ainda diz que “os que são
felizes, vivam como se não fossem e os que usufruem do mundo como se não
tivessem gozo nele”. Acho que Cristo pensava diferente quando reclamou dizendo:
“Nós tocamos flauta e vocês não dançaram”. Afinal, tudo que Deus fez, fez para
que fôssemos felizes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É
inegável que o conceito paulino de que tudo era passageiro fosse absolutista.
Para Paulo, nada mais tinha importância, senão a conversão imediata de todas as
pessoas, porque Cristo estava absolutamente próximo de sua segunda vinda e o
fim de tudo era iminente. Paulo achava que sua geração era a última a viver
sobre a terra. Se você está lendo isso hoje, quase dois mil anos depois, eu não
preciso lhe dizer que Paulo errou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
liturgia é concluída com a leitura do Evangelho enfatizando a importância de se
largar as redes, a família e os amigos para seguir a Cristo de forma romântica,
imediata e totalmente desapegada do mundo. Vou então desviar meus olhos de Tiago
e João, que deixaram tudo para seguir a Cristo e mirar-me em seus irmãos que
ficaram com seu pai, Zebedeu. Seriam eles menos amados por Deus? A família não
seria um lugar digno do serviço cristão? O ambiente de trabalho é impróprio
para a prática dos preceitos espirituais?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Acredito
que vivemos um tempo propício à conversão. Não porque o fim está próximo; não
porque Deus esteja prestes a nos castigar; não porque corremos o risco de ir
para o inferno; não porque precisamos salvar nossa alma. Precisamos nos
converter porque precisamos nos salvar de nós mesmos, precisamos deixar um
mundo melhor, precisamos fazer alguém feliz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
conversão da qual precisamos não é nos fecharmos na religiosidade; não é olhar
para o céu como se nada houvesse aqui; não é viver aqui como se nada houvesse
lá. Precisamos de uma conversão daquela em que se diz que Cristo convergiu em
si os céus e a terra. Precisamos nos abrir para o mundo, apreciar a vida,
cuidar da saúde, abraçar os amigos, valorizar a família, viver como quem é
feliz pelo simples fato de ser feliz, chorar as dores, rir as alegrias, amar
intensamente alguém com quem queira viver até que morte os separe; desfrutar
todo bem que a vida tem para dar e descobrir que nisso tudo o Criador é
exaltado e o céu é vivido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Estas
coisas são passageiras, eu sei. Mas não são sem valor. Elas são passageiras
porque são apenas o princípio da eternidade. Sem estas não haverão aquelas.<o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-503028887659927822015-01-24T19:40:00.000-02:002015-01-24T23:26:21.368-02:00UM GRANDE LEITOR<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-kf_6jHdm38E/VMQRFozjpvI/AAAAAAAACS4/2-2Uw-6ZlLw/s1600/LEITOR.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-kf_6jHdm38E/VMQRFozjpvI/AAAAAAAACS4/2-2Uw-6ZlLw/s1600/LEITOR.png" height="150" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Uma professora me
contou que havia comprado e lido todos os meus livros e, por ter gostado muito,
emprestou-os para dezenas de pessoas. Então, subitamente, levou as mãos à
cabeça e disse: “Desculpe-me, agora eles não comprarão mais seus livros”! Não
tive como conter o riso e lhe falei que, para um escritor, mais importa é ser
lido do que vendido. Eu não poderia condená-la por isso, já que eu mesmo já
transcrevi em meu blog quase tudo que escrevi nos livros. Tudo está
disponível gratuitamente a quem quiser, e na hora que quiser. Não por acaso os
clics no blog me dão tanto prazer!<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas meu leitor mais
assíduo não tem computador. Não satisfeito em ter comprado e lido os meus
livros, me visita todo mês e não vai embora sem que antes eu imprima e lhe dê
os artigos que escrevi durante o mês. Este certamente vai parar em sua mão,
quando ele vier pegar os novos artigos e dar o seu parecer sobre os anteriores.
Nem sempre ele concorda comigo, mas conversa boa é aquela em que se sabe
discordar com respeito e interesse pelo pensamento alheio.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Esse mês, janeiro, já
está no final e ele ainda não apareceu por aqui. Deve estar na praia. Isso me
fez perceber o quão valiosa é essa amizade. Estou sentindo falta de nossa
conversa, o que me levou a escrever. Por mais que sejam prazerosos os
clics no blog e as leituras que se fazem de meus livros, nada substitui o olhar
respeitoso, a crítica educada, o abraço fraterno, a conversa amigável e o
desejo de aprender um com o outro.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Um abraço, meu amigo
Silvio. Se só você lesse o que eu escrevo, seria o suficiente para me motivar a
continuar escrevendo.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-36607468163722369792015-01-19T09:20:00.000-02:002015-01-19T09:20:08.975-02:00MEU RESTA<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-Rr46P09C-tE/VLzoD-6h2tI/AAAAAAAACSU/ATgBjoeFqr8/s1600/RESTA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-Rr46P09C-tE/VLzoD-6h2tI/AAAAAAAACSU/ATgBjoeFqr8/s1600/RESTA.jpg" height="133" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vinícius
escreveu o poema Resta, que inspirou Rubem Alves a escrever o seu Resta, que em
minha opinião é um dos textos mais lindos que já li. Agora, cá estou eu a
aventurar-me em escrever meu próprio Resta. Não faço isso por ambição de querer
ser igual a eles, mas porque as palavras são assim, tomam novas formas, novos
sabores, aromas, melodias e tons na alma de quem as recebe. Assim, eu que
gostaria de ter sido designer e não fui, chef de cozinha e não fui, perfumista
e não fui, cantor e não fui, pintor e não fui, posso, no uso das palavras dar
forma, sabor, aroma, música e cor ao que me resta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Certo
dia fiz algo do qual, certamente, nunca tive o direito de fazer... mas fiz... fiz
um acordo com Deus. Não sei se ele existe; se existe, não sei se me escutou; se
escutou, não sei se concordou; e se concordou, não sei se vai realizar. Mas por
não saber se ele existe, resta-me crer, e por crer, fiz com ele tal acordo. Meu
acordo foi referente ao meu tempo de vida aqui. No início achei que ele teria
problemas para cumprir um prazo tão curto para alguém com tanta saúde. No
entanto, hoje, depois de descobrir o diabetes e alguns de seus efeitos na
própria pele, resta-me me cuidar muito se quiser alcançar o tempo combinado.
Talvez seja essa a razão pela qual eu tenha me impressionado tanto com os
Restas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pensar
no que resta pode parecer ser algo melancólico e até pode mesmo ser, mas o lado
bom disso é que nos faz valorizar cada instante que se vive, ver as coisas
belas da vida e o que faz a vida valer a pena.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Resta-me,
então, aprender amar quem eu sempre amei. Amor é como um jardim. Tem que ser
regado todos os dias. Além disso, os jardins estão em constante renovação e
mudança. Algumas flores se abrirão por algumas horas e logo morrerão, e ainda
assim requererão todo cuidado para que dentro de um ano dê um novo espetáculo
de beleza e vida. Não sei se foi por isso que ele escreveu, mas é por isso que
eu concordo com Raul Seixas quando disse que “ninguém nesse mundo é feliz tendo
amado uma vez”. Afinal, não se pode passar uma vida amando sempre com o mesmo
amor, porque as pessoas amadas não passarão a vida sendo as mesmas. O amor é
como um jardim que como todo jardim perderá lindas flores e outras flores, talvez
mais lindas, nascerão em seu lugar. Assim como eu não sou mais o mesmo, aqueles
a quem amo também não são como um dia foram. Os anos e a estrada nos modificam.
Resta-nos aprender a amar essas novas pessoas que somos, com o novo amor do
qual sejamos capazes de cultivar a cada novo dia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Resta-me
fazer o que sempre quis fazer. Algumas vezes, quando realizamos um sonho, nos
frustramos ao perceber que não era aquilo que esperávamos. Isso acontecesse
porque importamos sonhos de outros sonhadores, ou absorvemos ideias midiáticas
como se fossem nossos sonhos. A parte difícil em se fazer o que sempre quis
fazer não é o fazer, mas sim, saber o que se quer. A gente só quer, de verdade,
o que faz parte da gente. Então, só quando a gente se descobre é que se pode
saber o que se quer. Resta-me então conhecer-me a mim mesmo. Nessa hora, é bem
possível que eu descubra que já tenha feito muito mais do que pensava querer, e
passe a querer o que de fato preciso fazer e que de fato me faz feliz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por
fim, resta-me ter a fazer coisas que não farei. Tanto o querer quanto o
realizar são partes de quem somos. O querer abre ciclos, ou estações, e o
realizar os encerra. Por isso não espero realizar todos os meus sonhos, porque
desejo sempre ter sonhos a realizar. Não querer a nada fazer é deixar de ser...
é morrer estando vivo. Assim sendo, enquanto restar-me tempo, restar-me-á ter o
que me faça ser e me mantenha vivo enquanto houver vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Resta-me
ainda ser cozinheiro, pintor, avô, enólogo, mergulhador, saxofonista, voar de
asa-delta, pular de bang jump, saltar de para-quedas... Algumas dessas coisas
eu farei, outras me manterão sonhando e querendo... ou diria, vivendo.<o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-20566569396225467912014-12-31T16:06:00.000-02:002014-12-31T16:06:49.561-02:00A VIDA É BELA, A MONTANHA É RUSSA, E VICE-VERSA<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<b>Por Julio Zamparetti</b></div>
<br />
<a href="http://1.bp.blogspot.com/_aXiPxks__O0/TL44RHoQZ3I/AAAAAAAABIg/8FYGXB1agA4/s1600/DSC01765.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_aXiPxks__O0/TL44RHoQZ3I/AAAAAAAABIg/8FYGXB1agA4/s200/DSC01765.JPG" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5529919259214374770" style="cursor: pointer; float: left; height: 150px; margin: 0pt 10px 10px 0pt; width: 200px;" /></a>Depois da experiência traumática na Montanha-russa, há quatro anos, jurei que nunca mais iria embarcar num carrinho daqueles. Eu havia entrado em pânico, completei todo o percurso de olhos fechados, fiquei com hematomas nas canelas, consequência da busca inconsciente por um pedal de freio. Saí daquele brinquedo tremendo como vara verde, sem olhar pra trás, com a convicção de nunca mais voltar.<br />
<br />
Quatro anos depois estava novamente numa fila para embarcar em outra Montanha-russa. Dessa vez uma bem maior. Mas eu precisava me superar, encará-la de olhos abertos e vencer o medo. É assim a vida, que para ser bela tem que ser vivida com olhos abertos, não sem medo, mas também não sendo dominado por ele. É preciso coragem para seguir adiante. E coragem não é ausência de medo, mas é a capacidade de seguir em meio aos temores.<br />
<br />
Assegurei-me de que o equipamento era seguro, os trilhos reforçados, poltronas seguras, idoneidade e fama do parque (Beto Carrero World), tudo visivelmente muito mais reforçado que aquela de anos antes. Confiei e fui...<br />
<br />
De olhos abertos, percebi que a pior sensação é a de impotência, não adianta querer parar, não dá para desistir, não há como frear, nem mesmo diminuir nas curvas. A única coisa que dá pra fazer é confiar que tudo está sob controle, que o equipamento foi devidamente projetado para aquelas curvas, quedas e loops em alta velocidade.<br />
<br />
Foi então que me dei conta de que meu medo era o mesmo de anos atrás. O que havia de diferente era a confiança presente agora. Como na Montanha-russa, a vida também nos exige confiança em alguém, se fato desejamos viver. Aprendemos a lidar com nossos medos quando estamos certos de que estamos em mãos seguras. As vezes podemos nos enganar, mas não dá pra viver sem confiar. Cada um de nós é parte de uma imensa engrenagem em que muitos precisam de nossos talentos e nós das virtudes dos outros. Tudo precisa estar bem atado, ajustado, sincronizado, revisado, lubrificado para que a engrenagem não enferruje, não quebre, nem deixe de funcionar.<br />
<br />
As engrenagens são compostas de peças de diferentes tamanhos, formas, desenhos, pesos e preços, mas nenhuma delas é menos importante. A vida é composta de pessoas diferentes, mas igualmente valiosas. O amor, o respeito, a compaixão e a confiança mútua ajustam nosso caminhar, renovam nossas energias e nos ajudam a superar nossos conflitos, medos e deficiências.<br />
<br />
Fui ainda, naquele mesmo dia, outras duas vezes, sendo a última na Montanha nova, maior, com poltronas suspensas, muito mais veloz, com muito mais loops, pura adrenalina! Nessa, eu não entendia nada, não sabia se estava de cabeça pra baixo ou pra cima, hora via terra, hora via céu, hora via água. De modo ainda mais intenso tive que exercitar minha confiança e esperar que breve aquela loucura iria terminar. E quando acabou eu queria mais!<br />
<br />
Assim também é a vida, às vezes russa, às vezes bela, mas sempre fascinante quando se sabe confiar na vida, em Deus, na amizade, no amor e em tudo que faz a vida valer a pena. Mesmo que nem sempre você entenda o que está acontecendo, não desista, pois as turbulências vão passar, e no final de tudo você vai ver que valeu a pena e que faria tudo de novo para saber o que, então, irá saber.</div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-67728942521232242622014-12-29T13:32:00.000-02:002014-12-29T13:32:47.290-02:00SOBRE A DIVERSIDADE RELIGIOSA<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><b> Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-rX5HPyV1XcI/VKFz2nt6YEI/AAAAAAAACNo/lfSZRAVWVIg/s1600/10888475_10203024261558787_5269995657379897504_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-rX5HPyV1XcI/VKFz2nt6YEI/AAAAAAAACNo/lfSZRAVWVIg/s1600/10888475_10203024261558787_5269995657379897504_n.jpg" height="146" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Quando
vi um pequeno desenho em que cinco pessoas representando as cinco grandes
religiões do mundo estavam de mãos dadas e sobre elas uma frase que dizia que “a
missão das religiões deveria ser te unir ao divino e não te separar do teu
irmão”, comecei a refletir sobre o que nos impede de sermos assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">O
problema não está, simplesmente, no fato de que a missão das religiões seja promover
a união com o divino. Isso é o que todas propõem. O problema está justamente no
fato de que as pessoas pensam que sua religiosidade faz isso e que só ela faz
isso. Dessa forma, tem-se por certo de que a fidelidade a Deus constitui, necessariamente,
uma inimizade com o mundo e os deste mundo, infiéis, ou fiéis de outra religião.
Pensa-se que a amizade e tolerância com a religião alheia é um ato de
infidelidade ao Deus verdadeiro, além de ser uma conivência à danação da alma
daquele que pratica outra religiosidade. Portanto, para esse tipo de religioso,
a intolerância religiosa não é apenas um ato de amor a Deus, mas também um ato
de amor ao próximo, já que a conversão dele o salvará das chamas eternas do
inferno. Ironicamente, o que se percebe disso é que nossa religiosidade promete
um céu depois, mas em função disso cria um verdadeiro inferno agora; almeja paz
no céu, fazendo guerra santa na terra; prega uma religação com deus a quem não
vê, mas separa os irmãos aos quais vê. E eu me pergunto: que crédito eu posso
dar a uma religião assim? Certamente há alguma coisa errada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Essa
concepção de exclusividade salvífica da religião foi o que a caracterizou até
aqui e até aqui é o que lhe confere o atributo de confiabilidade. Santo
Agostinho (400 a.D.) já dizia equivocadamente: “fora da Igreja Católica não há
salvação”. E por mais que novas igrejas critiquem o santo e a igreja Católica,
fazem o mesmo apropriando-se da verdade como se só seus olhos a pudessem enxergá-la.
E para piorar, as pessoas em geral sempre dão mais credibilidade às igrejas que
assim se portam, pois esperam, de sua liderança, a garantia de que vão morar no
céu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Então,
se a apropriação daquilo que é chamado de “verdadeira revelação” é uma
característica religiosa, proponho a desreligionização da religião. Pois não há
saída. Depois de tantos séculos de acusações de uns sobre os outros, concluo
que se todos estiverem certos, estarão todos errados; e se apenas um estiver
certo, voltamos à estaca zero, de onde já vimos que está tudo errado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">É
necessário, então, perdermos a maior característica da religiosidade e
deixarmos de pensar que somos donos da verdade. Jesus denunciou os fariseus por
se assentarem na cadeira de Moisés, não passarem pela porta e nem deixarem os
outros entrarem. Hoje os Cristãos se sentam na cadeira de Jesus e fazem a mesma
coisa que fizeram os judeus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Ninguém
é dono da verdade e nenhuma verdade é absoluta. É necessário respeitar a forma
como o outro vê Deus. Só há um Deus, eu concordo. Mas as formas como esse único
Deus se revela são inúmeras. Javé, Krishna, Jesus, Buda, Alá ou Oxalá, são
apenas algumas das formas mais populares. Podemos acrescentar Iandejára e
Ianderum, os deuses que os índios Tupis-Guaranis e Guaranis, respectivamente,
já criam antes de qualquer catequização dos homens brancos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Cada
tribo ou povo disperso no tempo e no espaço teve sua forma de interpretar a
revelação de Deus através da natureza, da consciência e da inspiração. Penso que
nenhuma revelação é superior à outra, mas são todas complementares. Todas as religiões são como garimpos cheios de
cascalhos e pedras preciosas. O importante é que retenhamos delas o que é bom,
e sejamos seres humanos melhores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Isso
salva o mundo.<o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-83835684350064018032014-12-21T23:57:00.000-02:002015-01-01T12:58:18.226-02:00PRECISAMOS DE UM NATAL<div style="text-align: right;">
<b>Por Julio Zamparetti</b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-XYi7iBuqSys/VJd6KdDbMiI/AAAAAAAACMo/gQFZDDospaU/s1600/THEOTOKOS.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-XYi7iBuqSys/VJd6KdDbMiI/AAAAAAAACMo/gQFZDDospaU/s1600/THEOTOKOS.jpg" height="200" width="146" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando a Virgem Maria recebeu a notícia do anjo, de que seria mãe do Filho de Deus, logo se espantou e, intrigada, perguntou: como será isso se sou virgem? Ao que o anjo lhe respondeu: Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim também, nós muitas vezes nos vimos diante de circunstâncias das quais nos perguntamos: como poderei vencer se não vejo possibilidades para isso? Como alcançar a meta se sou cheio de limitações? Acho que se prestarmos bem atenção seremos capazes de ouvir o mesmo anjo dizendo: A possibilidade de vencer reside no fato de que descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas afinal, o que significa isso? Que poder é esse? Quem é esse Espírito?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou convencido de que o poder que nos envolve é o mover do Espírito Santo, fonte de toda vida da terra. Ser envolvido por ele é receber toda força que emana da terra, dos céus, do amor, da vida e das pessoas de bem. É perceber que nunca estamos sós, que Ele está presente, que de alguma forma sempre está conosco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando Cristo nasce, não nasce só uma cabeça, nasce um corpo. Ele é a cabeça, nós os membros de seu corpo, dizia o santo Apóstolo. Portanto, o Natal que precisamos é o Natal do nosso próprio nascimento como corpo de Cristo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ser corpo de Cristo nos impulsiona à superação dos próprios limites. No corpo a mão não se limita ao que é capaz de fazer, porque como corpo é beneficiada por tudo que também o pé é capaz. Da mesma forma pés e mãos são beneficiados por tudo que também pernas, braços, olhos e ouvidos fazem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Maria não estava sozinha, todo um corpo conspirou a seu favor. O anjo estava com ela, o sonho de José, o anjo do sonho e depois o próprio José estavam do seu lado. João Batista integrou esse corpo quando saltitou no ventre de sua mãe, Isabel, que com seu marido, Zacarias, também estavam juntos à Maria. Os magos do oriente, os pastores do campo, as ovelhas e os bois, as estrelas no céu e os anjos celestes compuseram um corpo espiritual que envolveu Maria de forma poderosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O nascimento do Messias é o nascimento de todos nós como um só corpo em que seus membros se envolvem um com o outro e um ao outro, se complementam, se fortalecem, um supre as deficiências dos outros, se importam uns com os outros. Nele todos somos fortes porque somos um. Não importa que nome damos a esse Cristo (se Jesus, Buda, Oxalá, Moisés ou Maomé), importa que sejamos envolvidos por esse Espírito, porque é desse Natal que precisamos. Natal que nos faz ser um na beleza da diversidade. Natal que faz com que amar ao outro seja como amar a si mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Precisamos, urgentemente, de um Natal.</div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-87163001081368435732014-12-20T01:54:00.001-02:002014-12-20T02:17:42.654-02:00EU E RUBEM ALVES<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="line-height: 18.3999996185303px;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-FdMHSqTnFZ4/VJTywV1BmwI/AAAAAAAACL0/iQlHN8etmp4/s1600/RubemAlves_relogio.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-FdMHSqTnFZ4/VJTywV1BmwI/AAAAAAAACL0/iQlHN8etmp4/s1600/RubemAlves_relogio.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Eu não posso
negar o quanto gosto de ler Rubem Alves. Acredito ter muita coisa em comum com
ele, sobretudo a forma de encarar Deus. Embora eu não seja digno de comparar-me
a tamanho gênio, o fato é que tivemos uma formação protestante, escrevemos
alguns livros, como eu, ele era diabético, de maneira semelhante nos
desiludimos com a religião, ele se tornou psicoterapeuta e eu um padre
anglicano. Por mais estranho que possa parecer, considero possível que nossa
maior semelhança esteja neste último quesito. Acontece que nossa desilusão com
a religião nos levou a um caminho que acredito ser mais próximo de Deus,
especificamente aquele Deus do qual a religião se desligou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Quando o
Santo Apóstolo Paulo anunciava um Deus desconhecido ao povo de Atenas, parecia
fazer uma antítese da pregação da religião que o procedeu. Digo isso porque a
religião sempre anuncia um deus totalmente conhecido, descrito e delineado. Os catecismos
religiosos respondem a tudo, explicam Deus, revelam sua vontade, dizem quem vai
pro céu, quem vai pro inferno, como se vestir, o que comer, quando não comer, o
que não fazer, o que agrada a Deus e o que o desagrada. É bem verdade que nem o
próprio Apóstolo Paulo resistiu à tentação de também dizer quem seria barrado
na porta do céu. Mas tudo bem! Quem nunca caiu em tentação? Todavia eu insisto
que certo estava Cristo quando disse que as prostitutas (de quem Paulo disse que
não entrariam no Reino do Céu) precederiam, no céu, aos religiosos (de quem
Paulo poupou em seu julgamento). Isso me leva a crer que ninguém sabe bulhufas
alguma sobre quem são os condôminos celestes, se é que estes existem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Por isso
anuncio um Deus que desconheço. Assim, eu padre, me assemelho a Rubem
psicoterapeuta. Psicoterapeutas não têm as respostas. Se as tiver, serão
falsas. A função do psicoterapeuta é ajudar seu cliente a encontrar suas
respostas dentro de si. Essas sim serão verdadeiras, ainda que contrárias ao
que o próprio terapeuta esperava. Eu sei que padres são religiosos e que a
religião, ao contrário da psicoterapia, tem respostas pra tudo. Mas acima de
tudo, um padre tem um compromisso com Cristo, que, por sua vez, nunca dava as
respostas. Ele usava e abusava do processo maiêutico, fazendo com que seus interlocutores
acabassem por responder a própria pergunta. Não foram poucas as vezes em que
Jesus respondeu uma pergunta com outra pergunta! Ao contrário da religião, Ele fazia
as pessoas pensarem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Comumente as
pessoas vêm, a mim, contar seus problemas esperando que eu lhes diga o que fazer.
Eu não tenho as respostas! Se as tiver, serão falsas. Minha tarefa como
conselheiro espiritual é ajudar a pessoa a encontrar a paz e o equilíbrio para
saber avaliar com clareza a situação e olharem para dentro de si a fim de que
isso possa contribuir no processo da busca da sua própria resposta, pois esta
seguramente será a resposta certa, ainda que contrarie a resposta que eu presumia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Infelizmente
nossa gente ainda prefere as respostas falsas. São mais fáceis, estão prontas,
é só comprar, e estão em promoção. É a geração da terceirização terceirizando o
pensamento. Bem sabem disso os vendilhões da fé que se aproveitam disso para
lotar suas igrejas e engordar suas contas bancárias. Com uma resposta simples
para todos os complexos problemas da vida, eles iludem as multidões dos que são
incapazes de exercitar a faculdade, dada por Deus, do livre pensamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Voltando ao assunto da semelhança do pensamento que tenho sobre
Deus com o pensamento de Rubem Alves, chama-me a atenção o fato de que só há
pouco tempo conheci seus escritos, enquanto seus pensamentos já os conheço há
muito tempo. Acho que pensamentos são energias que produzimos e (como no
universo nada se perde, tudo se transforma) são capazes de integrar ambientes,
modificar situações, e muitas vezes reverberar no espaço até encontrar um
cabeção onde pousar. Por isso tenho uma leve desconfiança de que sintonizei a
frequência dos pensamentos de Rubem Alves, fazendo com que os conhecesse antes
mesmos de poder lê-los. Mas isso não acontece por acaso. O que acontece é que, enquanto
na física os opostos se atraem, na metafísica os que se atraem são os
semelhantes. Então, se você quer sintonizar coisas boas, comece pensando e
praticando coisas boas... Viu? Já atraiu esse texto! Tomara que isso seja bom!<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-46325207950600299272014-12-16T21:35:00.000-02:002014-12-16T21:40:06.537-02:00SOBRE A SALVAÇÃO CRISTÃ<div style="text-align: right;">
<b>Por Julio Zamparetti </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-lBwlIOPdi4c/VJDAh0RgU9I/AAAAAAAACKg/TxhkO6bhzzc/s1600/jesus-crucificado.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-lBwlIOPdi4c/VJDAh0RgU9I/AAAAAAAACKg/TxhkO6bhzzc/s1600/jesus-crucificado.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sempre fui incomodado por essas fórmulas mágicas salvíficas: “pra ser salvo você tem que ser batizado”, “tem que dar o dízimo”, “tem que crer em Jesus”, “tem que confessar os pecados”, “tem que repetir uma oração recebendo Jesus”, “tem que fazer outra oração renegando o passado”, “não pode falar mal do pastor e deve lhe ser obediente em qualquer circunstância”. Então Jesus morreu pra me salvar, mas só me salva se eu me salvar, participando dos ritos e deveres mágicos que a igreja determina. Você não acha isso um tanto estranho? Eu acho estranhíssimo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem quer entender a salvação, segundo a Bíblia, tem que entender o contexto histórico bíblico. Do contrário... bem... do contrário você terá essa bagunça que citei acima da qual eles insistem em chamar de teologia cristã.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O conceito de salvação dos templos bíblicos era de que “sem derramamento de sangue não havia remissão de pecados”. Este era um conceito muito antigo advindo das mais remotas civilizações, onde tudo era resolvido com rituais. Se a pesca ia mal, se a seca era longa, se a chuva era muito intensa, se a doença era implacável, se a colheita estava ameaçada, para cada mal havia um ritual apropriado que ia desde simples jejuns até orgias-rituais e sacrifícios de bebês. Quanto maior e melhor o sacrifício, maior a perspectiva de sucesso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então, buscava-se os animais mais gordos e sem defeito para os sacrifícios; os jovens mais formosos para os rituais da fertilidade; e os seres humanos mais puros, isto é bebês, para o maior dos sacrifícios. E para que este fosse bem aceito pelos deuses, ou mesmo pelo Deus de Israel, escolhia-se uma criança nascida da família mais honrada da cidade. Esse costume era normal entre os filisteus e foi seguido também pelos seus parentes próximos, os israelitas, até que Moisés regulamentou que fossem sacrificados apenas rolinhas, cordeiros, bodes e bois. No conceito teológico isso prefigurava o próprio filho de Deus que faria o sacrifício perfeito. Afinal, que família seria mais honrada que o próprio Deus? Que Filho seria mais puro que o próprio Filho de Deus? Assim o sacrifício do Filho de Deus seria o cumprimento da profecia de Daniel de que Ele faria cessar o sacrifício.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A Boa-Nova é, portanto, a mensagem de que Deus não quer sacrifícios, não quer rituais, Ele despreza as fórmulas mágicas, não se compromete com as invencionices eclesiais. A Boa-Nova é a mensagem de que somos livres, de que não há condenação alguma pesando sobre nós; na verdade, nunca houve. Mas porque nós nunca acreditamos que a salvação é de graça, Ele fez o sacrifício perfeito para que, crendo nele, nos libertássemos do ritualismo. Por isso tenho por certo de que o ritualismo sempre foi o pecado do qual Cristo veio nos salvar. Ironicamente, nossa religiosidade leva-nos a, em nome de Cristo, prendermo-nos justamente aos rituais, se não os mesmos, semelhantes aos que aquela religiosidade, deflagrada por Jesus, propunha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para contrapor esse ensaio, quero dizer que a religiosidade pode ser boa. Isso ocorre quando, e somente quando, ela é simbólica, iconográfica, pedagógica, quando o ritual leva o praticante à compreensão, interiorização e prática de uma verdade muito superior.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em minha modesta opinião, acho que um dos maiores erros da igreja foi dar aos rituais o sentido objetivo, isto é, a concepção de pensamento como “foi batizado, está salvo”, “comungou, recebeu Jesus”. Ora, se na simples participação mecânica do sacramento o seu objetivo está concretizado, toda beleza poética e pedagógica do sacramento está aniquilada. O batizado está salvo sim, mas não por conta do ritual. Ele está salvo porque não pesa sobre ele condenação alguma e a pedagogia da água purificadora do batismo lhe traz, ou deveria trazer, essa compreensão. Da mesma forma, a Santa Comunhão não introjeta a pessoa de Cristo de forma objetiva, mas sim pedagógica, no comungante. Assim, o comungante aprende que como o trigo fará parte de seu corpo, o caráter de Cristo também tem que fazer parte de sua conduta diária. Quando não há essa perspectiva pedagógica todo sentido sacramental estará consumado no altar da igreja. Quando a perspectiva é pedagógica, sua consumação tende a se dar no altar da vida cotidiana, a lâmpada tende a ser tirada de debaixo da mesa e disposta de maneira que ilumine o mundo. Em outras palavras, a religiosidade simbólica é um meio de graça e espiritualidade tão dinâmica que é capaz de transformar o mundo. Doutra sorte, toda religiosidade será inútil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ressalto que a religiosidade objetiva é apenas uma forma vil de dominar o povo, tornar as pessoas dependentes do sacerdotismo, não liberta ninguém porque não é a verdade. A verdade liberta, a Boa-Nova liberta, o Filho liberta, sempre liberta... E esta é a Palavra da Salvação.
</span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-85160667174682604212014-12-06T12:00:00.000-02:002014-12-08T12:32:35.563-02:00EU NÃO CONHEÇO DEUS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-PqRhT1KHu-8/VIMLthBO8iI/AAAAAAAACKA/e3A2o7dnA-E/s1600/deus_existe_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-PqRhT1KHu-8/VIMLthBO8iI/AAAAAAAACKA/e3A2o7dnA-E/s1600/deus_existe_1.jpg" height="133" width="200" /></a></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<b><span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Por Julio Zamparetti<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Confesso: eu não
conheço Deus! Também não conheço Curitiba, embora já tenha estado lá diversas vezes.
Já estive algumas vezes na cidade de São Paulo, mas sem dúvida não a conheço
mesmo! Seria insanidade afirmar conhece-la por ter andado pelo terminal Tietê
ou ter corrido pelos portões de embarque do aeroporto de Congonhas. E o Rio de
Janeiro... Ah o Rio! Conheço alguns quarteirões de Curicica, algumas ruas de
Jacarepaguá, Duque de Caxias, baixada Fluminense, o Shopping da Barra, a praia
de Ipanema e claro, o Maracanã. Mas tudo isso eu devo aos amigos anfitriões que
gentilmente me conduziram pela Cidade Maravilhosa, pois eu, sozinho no Rio, faria
coro à música de Renato Russo: “preciso me encontrar, mas não sei onde estou”.
Isso, simplesmente porque não conheço o Rio de Janeiro, senão de por lá passar,
assistir TV e ouvir falar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como, pois, eu poderia
conhecer Deus? Nem minha pequena cidade, no interior catarinense, eu conheço
todalmente! Deus seria ainda menor que ela para que eu o conhecesse?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Houve quem em sã
consciência afirmou ter conhecido Deus de ouvir falar e depois de andar com
Ele. Com base nisso há quem presuma conhecer Deus dessa mesma forma. Mas eu, na
minha loucura, afirmo que estão todos enganados. Afinal, por onde tem andado
essa gente a ponto de conhecê-lo? Teriam eles andado por outras galáxias?
Teriam absorvido todas as culturas da terra? Teriam penetrado a mente de cada
ser humano? A menos que você seja capaz de responder sim a todas essas
prerrogativas, você não pode dizer que conhece aquele que se revelou de
diferentes formas em cada ponto do universo e multiversos, em cada cultura da
terra e em cada solitário e livre pensamento humano. A menos, é claro, que você
tenha por Deus algo menor que isso, tão medíocre e pequeno a ponto de ser
confinado ao seu planeta, à sua cultura, à sua religião e ao que você pensa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que conheço de Deus
não é nada mais do que aquilo que leio, ouço, vejo, penso ou sinto. E tudo isso
está subjugado à minha limitação cognitiva e a condição de onde estou e por
onde ando. Há tantos outros caminhos que não são os meus, que não os sei e
jamais trilharei, mas sei que Ele lá está também! E lá se revelará a outros que
não sou eu, nem se parecem comigo, talvez nunca os conheça, nem os entenda. No
entanto, eles entenderão de maneira tão diferente, um pouco do mesmo Deus do
qual outro pouco eu entendo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Conhecê-lo de andar
com Ele não é nada, e ainda assim é o máximo que dEle podemos conhecer. A
verdade é que Deus não é apenas o que se pode conhecer no caminho! Não seria
Deus se não fosse bem maior que isso! Por isso não posso dizer que o conheço.
Seria loucura dizer que conheço a Deus por ter andado com Ele por alguns
lugares, durante alguns anos, pois o Deus que convictamente desconheço não se
limita ao tempo e espaço, muito menos ao meu tempo e espaço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Deus também se revela
por onde os outros andam e de maneira que os outros entendam. É por isso que
temos culturas tão distintas, mas que, igualmente, visam preservar a história de
sua gente e a ordem na sociedade constituída; cristãos são diferentes de
taoistas, budistas, umbandistas, e ainda assim procuram o bem comum! Porque nem
o cristianismo, nem o taoísmo, nem qualquer outro ‘ismo’ ou cultura poderia
comportar todo conhecimento de quem é Deus. Aliás, nem mesmo o universo inteiro
poderia revelar a plenitude do Criador, pois, segundo o autor sagrado, os céus
e a terra revelam apenas o que é possível dele ser conhecido. (vd.Rm.1,19)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Caso você pense
diferente, não faça mal juízo de mim. É que talvez, por andarmos separados,
tenhamos conhecido partes diferentes desse mesmo Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Concluo dizendo que
ninguém que realmente queira conhecer a Deus pode fechar-se em sua religião,
cultura e filosofia. Para conhecermos, o quanto mais se pode conhecer desse
Deus desconhecido e inconhecível, é necessário perder o medo do desconhecido, libertarmo-nos
de nossos preconceitos, conhecer outros caminhos, religiões, culturas e
filosofias, que não sejam as nossas, com a capacidade de respeitá-las, admirá-las,
conviver e aprender com elas. Pois estou certo de que Deus revelou um pouquinho de si a
cada pessoa, a fim de que conhecendo-nos e respeita-nos uns aos outros possamos
juntos conhecer um pouco mais de Deus e a plena felicidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sendo assim, a todos a
paz de Cristo, Shalom, Namasté, Axé, </span><strong><span style="background: white; color: navy; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Ahadith</span></strong><strong><span style="background: white; color: #444444; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">...</span></strong> <o:p></o:p></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-76466702194145178702014-10-09T18:27:00.000-03:002014-10-09T18:27:17.856-03:00SOBRE HOMOSSEXUALIDADE<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><b>Por Julio Zamparetti</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-Mp63wHI8ZIg/VDb9WRCoXXI/AAAAAAAACIU/ZsFZnRl6vXk/s1600/homo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-Mp63wHI8ZIg/VDb9WRCoXXI/AAAAAAAACIU/ZsFZnRl6vXk/s1600/homo.jpg" height="128" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Se
você descobrisse que seu filho é homossexual, amaria-o da mesma forma?
Abençoaria a família que ele constituísse independentemente do modelo familiar?
A despeito do que afirmam os fundamentalistas religiosos, acredito que Deus
abençoa tal relacionamento. Afinal, uma coisa é o que a Bíblia diz, outra coisa
é como a entendemos. É por isso que não temos pleno consenso em nossas
interpretações. A única convicção teológica que tenho, hoje, é que o amor
encobre multidão de erros, enquanto a falta dele aniquila qualquer chance de
acerto. Assim não abro mão de amar indistintamente. Por isso amaria, aceitaria
e abençoaria meu filho se fosse o caso, qual caso fosse.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então
o homossexualismo é abençoado por Deus? Duvido que Deus abençoe qualquer
"ismo", seja ele qual for. Nem mesmo o cristianismo. Até porque nem
Cristo é cristão. Os ‘ismos’ são doutrinas, conjuntos de ideias parciais
organizadas para convencer alguém de uma “verdade” normalmente apresentada como
absoluta. Destaco, portanto, que defendo o direito de pessoas viverem sua
sexualidade seja homo ou hetero; mas de forma alguma defendo qualquer espécie
de doutrinação, seja gaysista, machista, feminista, nazista, homofobista,
evangelista, ou ceticista. Todas são formas de inculcar verdades particulares
que tolhem o livre pensar alheio. E para não ser incoerente, não espero que
Deus abençoe nem mesmo este meu antiismismo, pois uma antidoutrina não é mais
que outra doutrina. Assim julgo ter apenas alguma chance de estar certo em
alguma coisa, e se você quiser acreditar nisso, faça-o por sua conta e risco,
se for livre para fazê-lo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas
por que o Apóstolo Paulo condenou os efeminados? Ora, se o texto estivesse
realmente falando dos efeminados, no sentido da sexualidade, estaria isentando
as lésbicas da mesma condenação. No entando, se o sentido real é o de ‘mole’
(tradução literal do grego ‘malakos’), pode estar se referindo a pessoas sem
caráter, que se escondem atrás do fundamentalismo religioso e não têm firmeza
para expressarem uma opinião livre e sincera, pessoas que não pensam por si,
mas importam pensamentos de outros sem serem capazes de julgar qualquer “verdade”
que lhes foi inculcada. Eu considero, e acredito que Deus também considere, que
a falta de firmeza de caráter (malakos) é algo abominável e digno de condenação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Lembre-se
que amar é uma decisão, sexualidade não. Todas as teses que tentaram explicar a
causa da homossexualidade foram derrubadas. Talvez isso tenha acontecido porque
a homossexualidade não seja um mero efeito, mas simplesmente uma causa. Isso
deveria ser especialmente entendido por quem acredita que não somos apenas
corpo, mas corpo e espírito, pois se está comprovado que não há genes da
homossexualidade, essa característica do ser deve estar no espírito, e não na
carne. E sendo assim, eu até gostaria que a homossexualidade fosse apenas uma
questão de influência demoníaca como creem alguns. Assim, “o problema” seria
resolvido com um bom exorcismo ou banho de descarrego (rs). Mas ciente de que o
não é esse o caso, fico com uma solução mais confiável, embora muito mais difícil:
"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então
a homossexualidade vem de Deus? Eu não sei de onde mais poderia vir. É a própria
Escritura quem diz que a carne vem do pó, que o espírito vem de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E
quanto ao crescei e multiplicai, tantas vezes usado como argumento contra os
relacionamentos homoafetivos, por conta da irreprodutibilidade, também deveria
ser considerado em relação ao uso de anticoncepcionais. Ou será que seremos bíblicos
apenas no que nos convém? Nesse aspecto acho biblicamente coerente o catecismo
católico romano, que condena a prática homossexual e também a pílula e a
camisinha. Coerente, mas impraticável, sejamos honestos. A prova dessa
impraticabilidade é a concessão feita pelo próprio catecismo em relação aos
métodos contraceptivos chamados de naturais. Mas estes não ferem também o
mandamento que ordena a multiplicação? Mas se Deus desejar a concepção, a tabelinha
não impedirá o desejo de Deus, dizem eles. Mas eu pergunto: que Deus é esse que
depende da irregularidade de um método para realizar sua vontade? Por que o Deus
que faz a virgem conceber não poderia realizar sua vontade a despeito de qualquer
impedimento à concepção?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Engraçado
é que qualquer ferramenta hermenêutica que você utilizar para justificar o uso
de qualquer método contraceptivo, fortalecerá os argumentos que justificam a homoafetividade!
Bem por isso, não me oponho nem a um, nem a outro. Acredito que sexo também foi
feito para fazer-nos felizes. E se isso fere o fundamentalismo não estou
preocupado. Sinto-me seguro na misericórdia de Deus, e disso não me faltam
fundamentos. E se Deus é misericordioso, quem sou eu para contestar?<o:p></o:p></span></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-67958510260136161372014-04-05T12:40:00.000-03:002015-01-01T12:45:21.130-02:00A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS?<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<b>Por Julio Zamparetti<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-jEL7K9NC-pg/U0AjKmR1AII/AAAAAAAACAM/OSb6hVUhe7Y/s1600/pregar-o-evangelho.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-jEL7K9NC-pg/U0AjKmR1AII/AAAAAAAACAM/OSb6hVUhe7Y/s1600/pregar-o-evangelho.jpg" height="150" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Cumpre-me, inicialmente, dizer que a pergunta correta a respeito da
Bíblia não é se ela é A PALAVRA DE DEUS. Enfatizo aqui o uso do artigo definido
(A) que precede o termo Palavra de Deus, porque este dá à expressão uma definição
objetiva, encerrando na Bíblia tudo o que Deus possa ter dito. Quanto a isso a
própria Bíblia alega não encerrar em si o oráculo divino. O apóstolo João
afirma que há tantas outras coisas que Cristo fez, que não haveria no mundo
lugar para guardar os livros, caso tudo fosse escrito. Essa hipérbole denota o
quão pouco da revelação de Deus está contida nas Escrituras, diante de todos os
mistérios revelados, ou a serem revelados no mundo e por meio do mundo. O
apóstolo São Paulo afirma que tudo o que se pode conhecer de Deus está revelado
na criação. Essas revelações estão perfeitamente disponíveis na natureza, nas
culturas, na ciência, na consciência, e no espírito (referindo-me às intuições,
sonhos e percepções).<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
De fato, a Bíblia relata diversas formas para a manifestação do falar
de Deus. Hora Deus fala por uma mula, outra hora por Balaão, um profeta pagão
que profetizou a estrela que indicaria o nascimento de Jesus; fala aos magos
(astrólogos) do oriente por meio dos astros, e ainda, na natureza, traz a
revelação completa e direta de si mesmo, completamente isenta de erros de
tradução. Então, dizer que a Bíblia e A Palavra de Deus, ou que somente a
Bíblia é Palavra de Deus é, por si só, descrer da própria Bíblia.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Mas se este é um conceito tão antagônico em si, como pode ser tão
defendido? Simples! Esse é nada menos que o principal artifício de dominação e
manipulação popular de que a religião dispõe. Pois uma vez que o povo tenha aceitado a Bíblia como A
PALAVRA DE DEUS, seu temor intrínseco não lhe permitirá contrariar o que nela
está escrito, sob pena de se estar contrariando ao próprio Deus. Essa,
portanto, é a deixa que a religião, no seu corpo institucional, precisa para
que possa, com suas regras exegéticas, dar à Bíblia a interpretação que mais
lhe convir, no intuito de que seus interesses particulares sejam recebidos e
aceitos pelo povo como sendo a vontade inquestionável de Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O medo de Deus
torna esse conceito mais forte, que, por sua vez, torna o medo de Deus mais
forte ainda. Enquanto essa roda gira, poucos têm coragem de descer e observá-la
de fora. Os que fazem isso são logo excluídos da irmandade, porque esse círculo
não suporta quem pense diferente. Na verdade, pouco suporta quem pense. Uma vez
excluídos e logo taxados de hereges e desertores, os pensadores são postos em
descrédito pelos demais que se firmam ainda mais no que pensam ser a verdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O
circulo se fortalece porque o poder de massa é sempre muito forte. Cada um
pensa: “se ele está certo, por que está sozinho? Será que só ele está certo e
todos estão errados?”. O fato de ser minoria, já é um peso para quem se dispõe
a questionar, e uma bengala para quem já não queria pensar. No caso, a maioria.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Como vimos, a Bíblia não reclama para si a autoridade de ser A PALAVRA
DE DEUS. Além disso, ela não deixa esse espaço vazio, pois relata claramente a
existência de A Palavra de Deus logo no início do Evangelho de São João: “No
início era o Verbo, e o Verbo era Deus, e o Verbo estava com Deus”. Portanto, a
Bíblia diz que JESUS, e não a Bíblia, é A PALAVRA DE DEUS. A Bíblia não existia
no início, nem estava com Deus, nem era Deus.
Mas, de acordo com o conceito bíblico, Jesus sim. Portanto, a pergunta correta com respeito à
Bíblia é: a Bíblia é PALAVRA DE DEUS? (Agora omitindo o artigo definido “A”.)<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Para responder essa pergunta, me reportarei ao conceito eucarístico, pouco conhecido nas igrejas do ocidente, chamado de Metabolo. Segundo este
ensinamento, o pão consagrado contém a
presença de Cristo e se transforma espiritualmente no corpo de Cristo após ser
ingerido pelo comungante, num processo de metabolismo espiritual. Não estou
aqui defendendo este conceito em detrimento dos outros. Como padre anglicano,
continuo mantendo a Eucaristia no conceito litúrgico de “mistério da fé”,
portanto, sem explicação. Entretanto, gosto do conceito de metabolo para a reflexão
a respeito de questões práticas da fé. Certo ou não, o conceito de metabolo me
ensina uma verdade da qual não abro mão: participar do Corpo de Cristo não é um
ato consumado na Celebração Eucarística. A comunhão apenas inicia o processo,
chamando-nos a sujeitarmos nossa vida ao metabolismo espiritual, a ponto de que
nossas atitudes mentais e físicas sejam uma clara manifestação da pessoa de
Cristo. O resultado dessa metabolização é que sejamos transformados segundo a
imagem de Jesus Cristo. No conceito de metabolo o pão só é corpo de Cristo se é
ingerido com fé e disposição para viver o que propõe a mensagem da vida e morte
de Cristo.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Fazendo um paralelo da Bíblia com o conceito do metabolo, a Bíblia se
transforma em PALAVRA DE DEUS, quando, na semelhança do pão sagrado, é ingerida
com fé e disposição para se viver o que propõe a mensagem da vida e morte de
Jesus Cristo. Sem a fé e a disposição em viver Cristo, sem ter o amor como
coluna vertebral de toda interpretação bíblica, sem a metabolização espiritual,
a Bíblia continua sendo apenas uma coleção de livros, letra mortificante que,
como podemos ver através das lentes da história da humanidade, provoca
divisões, guerras, massacres e barbáries, serve de ferramenta para os
vendilhões da fé, de fundamento para segregacionistas, racistas, machistas e
homofóbicos, que vêem as pessoas como Cristo jamais as veria, e de Bíblia em punho
as condenam como Cristo jamais as condenaria.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Tome muito cuidado, caro leitor, com aqueles que tentam te arrastar, mostrando-se
irredutíveis em suas “verdades”, querendo te provar pela “Palavra” que você
está errado e que, portanto, deve mudar para a igreja deles. Se as palavras
proferidas por esses pregadores não manifestam o caráter de Cristo, se as
interpretações não são motivadas por amor, nem geram compaixão pelos que sofrem,
ao contrário, disseminam preconceito, discriminação e exclusão, esses tais podem
até falar de Jesus, podem citar a Bíblia, mas o que expressam não é Jesus, não
é Palavra de Deus.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-68958001950129057922014-04-03T11:35:00.000-03:002015-01-02T10:19:04.034-02:00A QUEM PERDOARDES...<div style="text-align: right; text-indent: 47.20000076293945px;">
<b>Por Julio Zamparetti</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-XpE436aZLJM/Uz1uAj-9ijI/AAAAAAAAB_8/h-tZ8BC1zb8/s1600/confession%C3%A1rio.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-XpE436aZLJM/Uz1uAj-9ijI/AAAAAAAAB_8/h-tZ8BC1zb8/s1600/confession%C3%A1rio.jpg" height="132" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Aos discípulos disse o Mestre: “a quem perdoardes os pecados,
ser-lhes-á perdoado. A quem retiverdes, ser-lhes-á retido”. Com isso diz a Igreja Católica que os padres têm o poder de conceder a absolvição ou deixar à condenação o
pobre pecador. De carona, outras igrejas, mesmo sem crer no sacramento da absolvição, se aproveitam da ideologia para autenticar a autoridade de sua inquestionável liderança. Entretanto, é difícil, para qualquer ser pensante, crer que o Pai
deixará a tarefa de absolver ou condenar pessoas nas mãos de uma casta de pessoas
igualmente falhas, tão somente por conta de sua patente religiosa.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Se aos discípulos foi-lhes dado o poder de perdoar, isso não se deu
pelo fato de portarem uma patente religiosa, nem porque Deus confiava neles
para esse fim, mas porque as pessoas confiariam no que eles haveriam de falar a
elas. Pois o verdadeiro poder das palavras não está nos lábios de quem as diz,
mas no coração de quem, tendo escutado, acredita.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Se é verdade que Cristo disse que seus discípulos teriam o poder de
perdoar ou reter pecados, também é bem verdade que ele mesmo ensinou a perdoar
sempre. Portanto, o que cabe ao clero não é se colocar na porta de entrada do
céu conferindo o alvará de entrada no reino eterno, mas sim proclamar aos
quatro ventos que não há mais condenação alguma, e por
isso não há mais sacrifício algum a se fazer para se alcançar a misericórdia
divina; nem ofertas, nem dízimos, nem vales, nem velas, nem carmas, nem darmas.
Tudo está consumado e todos são livres se assim crerem.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Mas de fato pecados são retidos. Não porque há alguém que tenha o
poder mágico de retê-los, mas porque há pecadores que creem que esse alguém tem
tal poder. E esse mesmo alguém sabendo da farsa, se cala, a fim de exercer o
poder dominador sobre os indoutos de boa fé.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Exercer o poder de perdoar pecados é, tão somente, ter influência
suficiente sobre alguém, a fim de que este alguém compreenda que o perdão já
foi concedido a quem, simplesmente, entende que não existe mais qualquer
maldição ou condenação, senão aquela da qual já fomos todos sentenciados, a
saber, somos presos ao que cremos.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Portanto, a quem crê, resta-lhe a certeza que o caminho expurga todo
mal. É caminhando, errando e acertando, caindo e levantando, que vivemos um
purgatório constante onde o aprendizado da vida nos resgata da escuridão e nos
faz ser melhores a cada dia. Isso não tem nada a ver com dogmas, rituais ou sacrifícios.
Tem a ver com consciência, verdade e liberdade. Porque a verdadeira religião
nos salva do religionismo, nos religa ao universo e nos faz livres.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
O versículo referido no início deste ensaio não deve, nem pode ser
interpretado como uma outorga que Cristo dá aos seus discípulos para que
determinem quem recebe ou não o perdão de Deus, quem entra ou fica de fora do
céu. Jesus não incumbiria seus discípulo de prestarem o desserviço que já era
prestado pelos fariseus e pelo qual Jesus os repreendia, denunciando-os por sentarem-se na cadeira de Moisés, não
entrarem pela porta nem deixarem que outros entrassem. O versículo deve, sim,
ser entendido como uma exortação de Cristo sobre a responsabilidade daqueles
que se evidenciam no ministério eclesiástico, quanto aos reflexos gerados por
seus ensinamentos. Porque o bom ensinamento sempre liberta. “Vós já estais
livres, pela palavra que vos tenho ensinado”, disse o Verbo de Deus.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Entendo que essa seja a única forma de sermos livres, para livre
amarmos, servirmos e contemplarmos a vida numa relação de adoração sincera ao
criador. Doutro modo estaremos apenas trocando amarras por amarras, laços por
laços, desprendendo-nos daqui para aprisionarmo-nos ali, enganando-nos numa
pseudo-conversão onde tudo que se faz é,
na melhor das hipóteses, barganha, barganha e barganha infernal. Nesse negócio
não há mudança de vida, porque a verdadeira mudança de vida só se dá pelo amor,
no amor e para o amor. Jamais o medo do castigo mudou alguém. No máximo moldou,
limitou, aprisionou, condicionou o estereotipo sem qualquer conversão do
interiotipo.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Eu não sei se a religião, como a temos hoje, suportaria uma fé assim. Mas
sei que a subsistência de uma fé superficial estereotipada não é benéfica. Jamais
foi. A verdade é que ela, assim como a vemos vivida hoje e estampada ao longo
da história, precisa, para sua subsistência, mais do inferno do que do céu,
mais do diabo do que de Deus, mais do medo do que do amor, mais da delimitação
do que da liberdade, e o pior de tudo, mais da mentira do que da verdade. Essa
realidade nos faz pensar no que, de fato, essa religião está nos religando.
Porque foi em nome dessa fé que velhas benzedeiras que só faziam o bem foram
bruxificadas e caçadas até a morte; dádivas preciosas como a música e a dança
foram demonizadas; riquezas culturais foras diabolizadas; pessoas boas foram
marginalizadas por conta de sua orientação sexual; gente linda foi segregada e
escravizada por causa da cor de sua pele e mulheres foram discriminadas pela
culpa de terem nascido mulheres. Então me pergunto: Quem precisa perdoar a quem?<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Por fim, a verdadeira função sacerdotal cristã não é reter nem deter
qualquer poder, mas sim guardar a fé que é vivida no amor, zelar pela
consciência da liberdade que Cristo dá a toda criatura, lutar por justiça e paz
na terra e não deixar que as coisas sagradas desta vida se corrompam pelo
dogmatismo religioso que afasta o ser humano da simplicidade do Evangelho e da
liberdade que há em seu Espírito. <o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Essa é a fé que me faz livre, como livre é o Espírito que a proclama.<o:p></o:p></div>
</div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-69654617956656988092014-03-20T12:03:00.000-03:002014-03-20T12:25:16.041-03:00SISTEMA OU LIBERDADE<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17.940000534057617px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<div style="text-align: right;">
<b>Por Julio Zamparetti</b></div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17.940000534057617px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-I4B8pntSXUk/UysBRXn1I5I/AAAAAAAAB-8/Z1L-6pWQtZQ/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-I4B8pntSXUk/UysBRXn1I5I/AAAAAAAAB-8/Z1L-6pWQtZQ/s1600/download.jpg" height="116" width="200" /></a>Ontem a liturgia lembrou São José, que acolheu Maria e cumpriu o propósito de Deus por conta de um sonho. Poderia ter sido um texto da Torá ou do Talmud, a palavra de um profeta, o conselho de um sacerdote, mas não; ele deu ouvidos ao seu sonho e nesse sonho ouviu a voz do Anjo de Deus.</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17.940000534057617px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<div style="text-align: justify;">
Você ouviu algum líder religioso falar isso? Posso apostar que não. Afinal, aos líderes religiosos interessa que ninguém encontre a voz de Deus em seus sonhos, no coração, no interior. A eles interessa que você compre seu sistema teológico onde todos os conceitos sobre o que crer, fazer e pensar estão sistematicamente prontos. Se é verdade que onde há o Espírito de Deus, aí há liberdade, o fato é que onde há sistematizações a realidade é bem diferente.</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17.940000534057617px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<div style="text-align: justify;">
O pior de tudo isso é ver que nós mesmos nos acostumamos a buscar as respostas em terceirizações, e então esperamos que um pastor, padre, guru, pai de santo, necromante ou cartomante nos diga o que fazer. Isso porque é muito trabalhoso buscar as resposta dentro de nós mesmos, nossa insensibilidade não nos permite consultar o sopro do Espírito que nos deu a vida. É como se pensar doesse, então nos parece conveniente que outros pensem pela gente. Ademais, nos disseram que pensar diferente é heresia e quem assim o faz vai para o inferno. E agora, José? Sistema ou liberdade? Eis a questão.</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17.940000534057617px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<div style="text-align: justify;">
Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. (II Coríntios 3, 17)</div>
</div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2753294482133404761.post-71305432821478897312013-12-31T10:48:00.000-02:002013-12-31T10:51:16.317-02:00PESCARIA DE FIM DE TARDE E OS VENDILHÕES DA FÉ<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<b>Por Julio Zamparetti</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/--ZfeHtbiVb8/UsK8wrB4xmI/AAAAAAAAB-Y/B4KghUambgA/s1600/peixe+desconfiado.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="110" src="http://2.bp.blogspot.com/--ZfeHtbiVb8/UsK8wrB4xmI/AAAAAAAAB-Y/B4KghUambgA/s200/peixe+desconfiado.png" width="200" /></a>Depois de
mais uma pescaria daquelas de fim de tarde, em que a gente vai mais interessado
na atividade e relaxamento do que no próprio peixe, voltando pra casa, pensei
nas igrejas evangélicas que um dia houveram naquele caminho (e lembro-me de
pelo menos quatro). Observei que hoje não há mais nenhuma sequer. Fiquei
pensando: onde estaria essa gente? Para onde foram seus pastores? Quantos
encontraram outra igreja? Quantos voltaram para a igreja Católica? Quantos,
desiludidos, abandonaram a fé? Quantos tiveram sua fé corrompida e depois foram
abandonados por mercenários que se intitulavam missionários?</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Como eu que
buscava naquela pescaria a minha própria satisfação, alguns, não poucos,
buscaram naquele vilarejo a satisfação de seu brio religioso. Lançaram suas
redes tecidas com linhas de um evangelho estranho, baseado no que chamam de dom
de revelação, visão do Espírito, profecias e outros recursos que realmente
beiram a loucura (eu disse ‘beiram’ para ser gentil). Suas interpretações
bíblicas são outro artifício maligno, sem contexto histórico, textual, nem mesmo
gramatical, visam unicamente apregoar o velho anti-catolicismo, convencendo os
católicos de que estão todos perdidos e que devem se converter à nova igreja. Dessa
forma, arrebatam para si as ovelhas de quem tosquiarão até a última lã. Depois
disso, lã tosquiada, fé corrompida, família dividida, escândalo deflagrado, máscara
caída, dízimos recolhidos, é fim da tarde, recolher as redes, buscar outros
mares. Eu disse mares? Imagine! Pescadores de fim de tarde não buscam mares,
buscam açudes, quanto menor melhor, onde o peixe já foi bem tratado pelos
criadores e não têm para onde correr.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O Evangelho
não é uma teia de argumentos para convencer alguém de sua razão, muito menos
para satisfazer o desejo de seres que querem ser seguidos por alguém; também
não é uma forma de dominação, nem uma ação circunstancial e momentânea. Ele é
antes, bem antes, o amor que nos compromete na caminhada constante e eterna pela
paz entre os divergentes, unidade na diversidade, justiça social, preservação
ambiental e co-responsabilidade humana.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Já disse
Jesus: Se alguém pretende construir uma torre, veja antes se tem recursos para
concluí-la. Infelizmente, esses falsos pastores não estão preocupados com o que
será das ovelhas que nem são suas. Só querem saber de seu prazer, sua glória,
sua demonstração de poder e assim serem vistos como “servos do Altíssimo”. Se
depois não der certo, problema de quem fica. Como eu sei que novas igrejas, ou
diria, torres malacabadas(sic) continuarão à surgir, resta-me o recurso de
dizer a você que não seja mais uma vítima desses mercenários. O mundo precisa
de conversões, sim! Conversões que manifestem mudança de atitude, não de
religião.</div>
Julio Zamparettihttp://www.blogger.com/profile/01321778685616987601noreply@blogger.com0