segunda-feira, 20 de setembro de 2010

RELIGIOSIDADE E SERVIÇO

Baseado em Amós 8:4-7; I Timóteo 2:1-8; Lucas 16:19-31

Deus está interessado em nossa qualidade de vida, na condição de trabalho a que é submetido o trabalhador, também no seu descanso, férias e convívio com sua família, seus amigos e irmãos de fé.

Na leitura de Amós 8, o profeta denuncia a motivação errada de quem guardava os sábados desejando que logo viesse o outro dia para poder fazer seus negócios, acumular bens, aumentar os lucros alterando as balanças e explorar os necessitados.

Quem pensa que Deus instituiu o descanso por motivos arbitrários a fim de satisfazer “seu ego divino” e de quebra provar quais, dentre os homens, são Seus verdadeiros filhos, engana-se redondamente. O que Deus quis foi proporcionar nosso próprio bem. Afinal, o que damos a Deus, para nosso benefício o damos. A oração, que a Ele dirigimos, beneficia com paz e serenidade, em primeiro lugar, a nós que oramos; a adoração que rendemos àquele que era, que é e que há de vir, nos é revertida com a graça de sermos, na adoração, transformados a sua imagem. Assim também, o descanso que lhe dedicamos é exatamente o que precisamos para recebermos dEle a força necessária a fim de continuar a labuta diária.

Quando a igreja primitiva passou a se reunir no primeiro dia da semana, conforme relatado em Atos, demonstrou num simples gesto o que o Apóstolo Paulo expressou perfeitamente nas seguintes palavras que escreveu a Timóteo: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvado” (I Timóteo 2:1-3). Assim disse ele: antes de tudo, orações e ações de graças. Ao começar a semana, o primeiro dia é dia do Senhor (Dominus = Domingo), antes de começar o dia, antes de começar o trabalho, antes de tudo, reconhecermos que dEle precisamos, para também reconhecermos que precisamos dos amigos, dos irmãos, da família, dos pobres e dos necessitados, a fim de que, com todos, aprendamos a amar indistintamente, promovendo mansidão, tranquilidade, piedade e respeito mútuo.

Essa graça não é proveniente da religiosidade ritualista e farisaica, mas da pureza de coração, que é fruto do arrependimento. Numa analogia à Eucaristia, na parábola do Rico e o Lázaro (que significa leproso – análogo a pecador), Jesus mostra que Deus se agradou mais de quem comia das migalhas que sobejavam, do que daquele que se assentava à mesa. Não é errado se assentar à mesa do Senhor, pois para isso fomos convidados, tendo Deus nos feito seus filhos por meio de Jesus Cristo. Errado é excluir dessa mesa os lázaros (pecadores, publicanos, excluídos, marginalizados, prostitutas, homossexuais, divorciados, recasados...), renegando-os, quando muito, às migalhas. Não por acaso disse Jesus: “Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus”. Da mesma forma não é errado ser rico, mas errado é enriquecer às custas da exploração do pobre, da sonegação, da pirataria, etc.

Minha oração é que nosso serviço à mesa do altar, nossas súplicas, nossas orações e ações de graças, tenham primazia em nossas vidas, e sejam em favor de todos os homens, todas as mulheres, todos os Lázaros, seja inclusiva, para que agrade a Deus, que deseja que todos sejam salvos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário