sábado, 31 de janeiro de 2009

SAL E LUZ

Entre os cristãos há dois lados opostos, extremos e errados na maneira de ser sal.

Jesus disse: "vós sois sal da terra". Repito: DA TERRA! Não de si próprio! A igreja já está parecendo um charque, de tanto que se salga! Em sua inércia, os cristãos, parecem uma estátua de sal. Absorvem uma aparência, por vezes, muito bonita, mas não cumprem a razão de sua existência. Alienam-se do mundo, não vão mais festas (só vão se for "gospel"), não se envolvem na preservação ambiental, não se importam com os problemas sociais, não participam das reuniões de bairro ou da escola dos filhos, não se manifestam contra a corrupção (ou porque estão com o "rabo preso", ou porque acham que isso é pecado). Tudo isso porque agora são santos e não se misturam com o mundo.

Neste aspecto a igreja se tornou um sal inútil, pois só quer salgar o que já está pra lá de salgado!

Não adianta ser sal e não sair do saleiro. Lugar do sal da terra é a terra. Terra que anseia o sabor e o cheiro de cristo. Não adianta nada dizer que o mundo vai de mal a pior e se alienar dos problemas. A igreja não foi instituída como sal da terra para deixar a terra sem sabor, ou se estragar. Nem foi constituída luz do mundo para deixar o mundo perder-se em trevas.

Por outro lado há aqueles que se misturam à terra e ao mundo, porém quando saem do templo não levam consigo a mentalidade que, no templo, foi ensinada. São cristãos dentro da igreja, fora dela "não tem nada haver".

Neste aspecto, a igreja tornou-se um sal insípido, inútil também. A psique de cristo, adquirida nas missas, cultos, estudos bíblicos, leituras, palestras, convenções, retiros, seminários e outros deve ser exercida no mundo, isto é, na escola, nos negócios, na política, nas festas, no trabalho, na faculdade, em casa e em qualquer lugar, pra que todo lugar seja conservado com o sabor de Cristo.

"Vós sois sal da terra e luz do mundo"

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

VERDADEIROS AMIGOS

Ontem assisti a repetição do programa Nada Além da Verdade, no SBT. O programa havia sido transmitido em Julho passado. Encarando o polígrafo, mais conhecido como "a máquina da verdade" estava Preta Gil.

Duas respostas de Preta me chamaram a atenção: Quando questionada se alguma vez havia se sentido superior a suas amigas por ser filha de Gilberto Gil, ela respondeu que sim e por várias vezes. Quando questionada se se sentia mais bonita que suas amigas respondeu que não e ainda citou Ana Hickmann e Ivete Sangalo como suas amigas mais belas.

Surpreendentemente o polígrafo acusou mentira ao Preta Gil afirmar não se achar mais bonita que suas amigas. Embaraçada, Preta comentou que sua auto-estima devia estar muito boa.

Eu fiquei questinando: Estaria a auto-estima de Preta Gil tão boa a ponto de achar-se mais bonita que suas amigas, ou teria, Preta Gil, esquecido que suas verdadeiras amigas são aquelas sobre quem ela admitiu sentir-se superior?

Por que será que temos uma facilidade tão grande de magoar a quem de fato nos ama?

É por isso que amigos verdadeiros são cada vez mais raros!

Vale aqui lembrar um velho conselho: "Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão" (Provérbios 17:17).

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Além das formas

"E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2).

A palavra chave deste versículo é forma. Primeiramente aparece acompanhada do prefixo con, equivalente a co, uma contração da preposição com. Assim estar conformado significa estar com a forma de. Isto é, não conformar-se com o mundo é não estar com as forma do mundo.

Enquanto estou escrevendo este artigo, tenho ao meu lado um copo cheio de refrigerante (se bem que já não está tão cheio e logo estará vazio, mas isso não importa). O refrigerante dentro do copo fica com a exata forma do copo. Ele se conforma com o copo.

Muitas pessoas se conformam com o mundo. Cansaram de lutar, cansaram de agir diferente e de tanto cansaço resolveram deixar a vida os levarem de qualquer jeito. Dançam conforme a música que o mundo toca, vão sempre pela maioria, deixam-se moldar pela exata forma que o mundo esculpe.

O problema é que o mundo está corrompido e quer nos corromper também e nos confinar ao seu sistema inescrupuloso. Para isso lança suas ideologias perversas, querendo nos fazer acreditar que "sem cola não se sai da escola", que "o mundo é dos espertos", que "ser honesto é coisa tola, por aqui todo mundo rouba", que "bonzinho só se ferra".

Estão querendo nos deixar com a forma de quem não tem vergonha na cara.

A segunda formação da palavra forma é transformai-vos. O prefixo trans significa movimento além de.

Ao invés de nos conformarmos com os padrões pré-estabelecidos do preconceito racial, cultural e religioso, ao invés de nos conformarmos com os princípios deturpados da sociedade que privilegia uns em detrimento de outros, ao invés de ficarmos com a forma de quem pensa que o que importa é se dar bem, não importa ferir quem, ao invés de nos conformar, precisamos nos transformar. Isto é, ir além desta forma mediocre de vida. Você não precisa ser uma "maria vai com as outras". Você não precisa ser o que os outros querem que você seja. Você pode ir além.

A transformação que o Apostolo Paulo se refere no texto sagrado se dá pela renovação da mente, ou seja, começa no interior, no seu pensamento. Comece acreditando. Não se deixe engessar pelo conformismo. Vá além da forma e experimente "a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

Abram alas...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Há alguns dias, conversava com um amigo programador, expert em IA (Inteligência artificial), que me explicava a complexidade e superioridade da inteligência biológica.

A IA é capaz de fazer cálculos e até resolver problemas complexos. Entretanto, isso sempre ocorrerá de forma objetiva, isto é, o computador resolverá os problemas com base nos objetos relacionados em seu banco de dados. É exatamente aí que começa a diferença.

A inteligência humana, ou inteligência biológica, é capaz de enfrentar problemas considerando não apenas os dados objetivos, mas também os fatores subjetivos, que são de número infinito e imperceptível a qualquer máquina.

Uma máquina pode calcular uma série de reações a partir de dados pré-estabelecidos, mas não pode considerar fatores subjetivos como o amor, a dignidade, a lealdade, a amizade e coisas semelhantes a essas que simplesmente podem mudar o rumo de qualquer resolução diante das circunstâncias da vida.

Assim, o fato de que a inteligência biológica é infinitamente superior à artificial não é nenhum problema. O problema é quando a inteligência biológica se reduz ao grau de IA, analisando somente as circunstâncias aparentes, perdendo a capacidade de considerar os fatores subjetivos como a ação do amor e a intervenção divina.

Quando alguém perde a fé e deixa de considerar o invisível, o divino, o transcendente e passa a confiar somente no que os olhos vêem, ele confina sua mente à condição de uma IA que é, diga-se de passagem, meramente burra.

A capacidade de considerar as subjetividades, de crer no invisível, é a diferença que nos faz confiar em Deus, acreditar no futuro, não perder a esperança, não desistir nunca e vencer o invencível. Pois não andamos por vista, mas por fé, seguros na bem-aventurança de crer sem ver.

Christus Victor! Semper Invictos!

TEOLOGIA

Teologia como a palavra sugere é o discurso sobre Deus e de todas as coisas vistas à luz de Deus. Constitui uma singularidade de nossa espécie que, num momento da evolução de milhões de anos, tenha surgido a consciência de Deus. Com essa palavra - Deus - se expressa um valor supremo, um sentido derradeiro do universo e da vida e uma Fonte originária de onde provêm todos os seres.

Esse Deus sempre habita o universo e acompanha os seres humanos. Os textos sagradas das religiões e das tradições espirituais testemunham a permanente atuação de Deus no mundo. Ele sempre atua favorecendo a vida, defendendo o fraco, oferecendo perdão ao caido e prometendo a eternidade da vida em comunhão com Ele.

Pertence à fé dos cristãos afirmar que Deus se acercou da existência humana e se fez Ele mesmo Deus em Jesus de Nazaré. Assim a promessa de união benaventurada com Ele se antecipa e será a destinação de todos os seres e da inteira criação.

Entre as muitas funções da teologia, hoje em dia, duas são mais urgentes: como a teologia colabora na libertação dos oprimidos que são nossos cristos crucificados hoje e como a teologia ajuda a preservar a memória de Deus para que não se perca o sentido e a sacralidade da vida humana, ameaçada por uma cultura da superficialidade, do consumo e do entretenimento. Devemos unir sempre fé com justiça donde nasce a perspectiva de libertação e importa manter a chama da lamparina sagrada sempre acesa, donde se alimenta a esperança humana de um futuro bom para a Terra e a humanidade.


TEXTO DE LEONARDO BOFF -> http://www.leonardoboff.com/site/lboff.htm

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

SE EU FOSSE VOCÊ 2

Ontem fui ao cinema com minha família. Desejava assistir ao filme brasileiro ‘Se eu Fosse Você 2’, estrelado por Toni Ramos e Glória Pires. Pretendia assisti-lo na sessão das 19:30h. Entretanto, quando cheguei à bilheteria fui surpreendido pela informação de que os ingressos haviam se esgotado. Não titubiei e comprei logo os quatro ingressos para minha família à sessão das 10:00h. na esperança de que o filme valesse, não só o valor dos ingressos, mas também as duas horas e meia de espera. Quanto a isso devo dizer, valeu esperar, esperaria ainda mais se necessário fosse.

Fiquei realmente impressionado! Quem, quinze anos atrás, imaginaria que o cinema nacional poderia chegar ao nível em que se encontra hoje? Qual guru, pai de santo, adivinhador, prediria que um filme nacional lotaria todas as sessões, ao preço normal de ingresso, sem palavrões, sem seios a mostra, sem bundas de fora, sem cenas de sexo, sem apelações sensuais?

O elenco do filme provou ao grande público a riqueza artística dos atores brasileiros, o diretor mostrou que se pode fazer filmes excelentes sem apelações de baixo nível e o público está mostrando que sabe valorizar boas obras e que não está atrás de baixarias.

Saí da sala de projeção com o sentimento de satisfação por ver um excelente filme, por rir até chorar, por ver a evolução cultural de nosso povo, por orgulhar-me de ser brasileiro.

Salve o bom cinema nacional e o talento de nossa gente!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A CADA DIA MAIS LONGE DO FIM

Chega a ser hilário! Toda vez que uma catástrofe acontece, um vulcão entra em erupção ou uma placa tectônica se move, surge um bando de pregadores medíocres anunciando o fim do mundo. Já são muitos os que anunciam que a enchente ocorrida em Santa Catarina foi um sinal do fim dos tempos. Já estou imaginando as bobagens que vão falar sobre o desastre no templo da igreja Renascer em Cristo. Já não me surpreendo com nada! Essa gente sempre se supera! Sempre da pra piorar!

Vulcões, terremotos, enchentes e outros eventos naturais só me mostram uma coisa: A TERRA ESTÁ VIVA e se contorcendo em seu processo de autopoiese, isto é, ela está reagindo ao descuido ambiental dos homens e ao desgaste natural, renovando-se a seu modo.

O que chamam de sinal dos fins dos tempos é nada menos que a prova cabal da renovação da terra. Cuidem-se os homens para não se destruirem, pois a terra, essa ainda é jovem e com muita vida!

Cuidemos nós de renovarmos nossa mente e nossas atitudes. Toda renovação gera mais vida. Se renovarmos nosso modo de pensar e agir, assumindo com responsabilidade a tarefa que nos cabe diante dos desafios ambientais que temos pela frente, certamente também estaremos a cada dia mais longe do fim. Isso é o que Deus quer de nós.

"Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre" (Eclesiastes 1:4).

domingo, 18 de janeiro de 2009

PACIFICADORES?

Esta semana recebi alguns e-mails de um conselho de pastores, convidando a todos para um ato público, a realizar-se hoje, chamado COM ISRAEL, PELA PAZ. Para o mesmo pede-se que cada um leve sua bandeira de Israel.

De imediato estranhei a intenção dos promotores deste ato. Afinal, a paz não é unilateral. Portanto, quem deseja promovê-la deverá manifestar-se em favor do diálogo (que também é, no mínimo, bilateral) sob a perspectiva de que somos todos iguais. Como, então, promover a paz tomando partido de um dos lados em detrimento do outro?!

Se a razão deste evento fosse, de fato, a paz, conclamariam todos a levarem também bandeiras da Palestina, não somente de Israel.

Assim, questiono a validade deste evento. Vejo em uma manifestação unilateral, como esta, uma perigosa demonstração de intolerância e fanatismo religioso. Para essa gente, não importa o que Israel faça, sempre terá o seu apoio.

Não estou aqui dizendo que não quero paz para Israel. Quero e quero muito! Quero tanto quanto quero paz para todo o mundo. E por isso mesmo repudio um evento como este em questão. Estão fazendo um desfavor à paz e aos direitos humanos. Manifestar apoio a um dos lados de um conflito é ser favorável à opressão do outro. Isso não é paz. Repito: ISSO NÃO É PAZ! Se alguém chama isso de paz, essa “paz” eu não quero!

Questiono também a motivação dos organizadores. Quero ver quantos políticos estarão se fazendo de preocupados com a paz, angariando mais votoinhos de um povo de boa fé, iludido por pregações sensacionalista (“israelizacionista”). Enquanto isso não muda, a mão religiosa continua lavando a mão política.

Deus nos acuda!

sábado, 17 de janeiro de 2009

QUANDO DEUS QUER, NÃO TEM JEITO

Mais um daqueles emails bacanas que a gente recebe e eu repasso:

Uma senhora muito pobre telefonou para um programa cristão de rádio
pedindo ajuda. Um bruxo que ouvia o programa resolveu pregar-lhe uma
peça.
Conseguiu seu endereço, chamou seus secretários e ordenou que fizessem
uma compra e levassem para a mulher, com a seguinte orientação:

*Quando ela perguntar quem mandou, respondam que foi o DIABO!
Ao chegarem na casa, a mulher os recebeu com alegria e foi logo
guardando os alimentos, os secretários do bruxo, conforme a orientação
recebida, lhe perguntaram:

*A senhora não quer saber quem lhe enviou estas coisas?
A mulher, na simplicidade da fé, respondeu:

*Não, meu filho. Nao é preciso. Quando Deus manda, até o diabo obedece!

'NÃO SE PREOCUPE DE QUE MANEIRA VIRÁ SUA VITÓRIA, MAS QUANDO DEUS DETERMINA... ELA VEM... ...AH VEM!'
BOA SEMANA!!!!

Mais Um Capítulo do Conflito no Oriente Médio

Recebi por email e por comungar deste pensamento, repasso a vocês:

A Diocese do Recife – Comunhão Anglicana reafirma o seu compromisso pela Paz como fruto da Justiça entre todos os povos, e deplora mais um capítulo de violência em Israel/Palestina, expressando a sua solidariedade à Diocese de Jerusalém (Província Anglicana do Oriente Médio) por sua ampla rede de projetos sociais, inclusive 11 hospitais (tendo o de Gaza sofrido bombardeio). Antes que aos Estados, nossa preocupação é com os cidadãos, as pessoas, os civis inocentes, especialmente crianças e idosos. Como Igreja, nosso compromisso não é prioritariamente com o Judaísmo ou com o Islamismo, ou, muito menos, com o atual secular Estado de Israel (formado por 90% de ateus e agnósticos), mas com a Igreja, o atual Israel de Deus, o atual Povo de Deus, a atual Nação Santa, a atual Raça Eleita, presente, ininterruptamente, naquela região por dois mil anos.

Condenamos, veementemente, o terrorismo e a violência em todas as suas formas: o terrorismo judaico na década de 40, o terrorismo islâmico hoje, e o terrorismo de Estado em Israel também hoje. As questões econômicas, geopolíticas e geoestratégicas devem ser analisadas pelas respectivas disciplinas de estudo, por estudiosos e estadistas. Deve-se respeitar as Sagradas Escrituras, não forçando interpretações distorcidas que visem apoio político unilateral.

O atual estágio da Civilização não é mais compatível com Estados onde haja monopólios, seja de partidos, ideologias, classes; seja de etnias ou religiões. O Estado Democrático de Direito, com igualdade de deveres e direitos de todos perante a Lei é uma conquista, na qual o cristianismo teve importante participação. Um Estado Laico e Plural é a solução para Israel/Palestina, sendo a criação de dois Estados um mal menor.

Fazemos um apelo para os cristãos brasileiros para que orem, apóiem os cristãos daquela região e os esforços diplomáticos do governo brasileiro para uma paz justa para todos os povos que nela habitam.

Paripueira (AL), 16 de janeiro de 2009.

+Dom Robinson Cavalcanti, ose

Bispo Diocesano

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

QUANDO...

Relembrar nos faz ver as mudanças ocorridas em nossa própria vida, na vida de outros, ou na história de todos. Hoje é um dia muito importante para mim, é aniversário meu querido pai, José Fernandes. Relembrando como estava nosso relacionamento alguns anos atrás, vejo a mudança ocorrida e celebro com muita felicidade a redescoberta dessa incrível amizade. O poema abaixo foi escrito por mim há quase dois anos (02/02/2007). Trata-se de um desabafo, quase um clamor, quase uma profecia, com certeza um derramar de minha alma. Escrevi-o para meu pai e mantive guardado à espera de QUANDO Deus me ouvisse. Em alguns meses um milagre aconteceu e o poema estava em mãos de meu pai. Hoje só tenho a agradecer a Deus por essa pessoa tão especial e maravilhosa, amigo de toda hora e toda vida, meu pai. Feliz aniversário!



QUANDO...


Quando ouvir tua voz dizer o quanto me amas
Que valeu a pena sonhar comigo, ter me feito
Que sentes orgulho de quem sou, de onde vou, do que faço
De meu saber, meu escrever, de meu jeito

Então minha noite tornar-se-á dia
E saberei que valeu a pena toda lágrima, toda dor
Toda espera, toda impaciência,
Todo ódio, todo amor.

Quando ouvir a respeito de tua voz dizer de mim
Aquilo que nunca ouvi de ti
Que desejava-me por perto
Tanto quanto ainda te quero

Então minhas trevas dissipar-se-ão
Sob a luz de uma doce ilusão
De que toda aflição se esvai
Em saber que valeu a pena
Poder chamar-te Pai.

Contudo, caso nada disso se dê assim
E muito pouco queiras de mim
Continuo te amando, lutando, esperando,
Até quando...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

JUSTIÇA NOSSA, TRAPO DE IMUNDÍCIA

Por Julio Zamparetti


Lembro-me que desde criança fui ensinado a agir com justiça a fim de que todas as coisas corram bem na vida. Assim crescemos motivados pelo desejo de nos dar bem na vida e sob a ameaça de que aqui se faz, aqui se paga, evitamos fazer o mal aos outros, não porque os amamos, mas porque queremos distância de qualquer mal que possa se voltar contra nós.


Já dizia o profeta Isaias que nossa justiça é como trapo da imundícia (Isaias 64:6). Entendamos o porquê: Trapo da imundícia é como era chamado os panos que as mulheres da época usavam para conter o fluxo menstrual. Pode, hoje, isso não parecer muita coisa, mas na época era uma ocasião de vergonha e horror. A mulher menstruada era considerada imunda e sobre ela recaiam sérias privações como não frequentar lugares públicos e nem mesmo rezar. O simples toque de uma mulher neste estado, tornava tudo o que fosse tocado ou tocasse nela imundo também. Imagine, agora, o valor que teria naquela época o tal trapo da imundícia. É exatamente isso o quanto vale nossa justiça.

O problema é que nosso senso de justiça está baseado no que consideramos certo para nos favorecer, ou naquilo que um dia já nos desfavoreceu. Isto é, ou lutamos por justiça porque nessa causa teremos algum benefício, ou se lutamos por alguma causa sem perspectiva de ganho é porque já tivemos uma perda similar da qual o sentimento de remorso nos constrange a agirmos de forma compulsória. Em termos práticos, só lutamos contra a violência depois de sermos vítimas dela. Só nos mobilizamos em prol do meio ambiente quando percebemos que nós mesmos estamos sendo destruídos. Ou seja, nossa justiça não tem propósito de favorecer a ninguém mais senão a nós mesmos.

Quando nosso senso de justiça é voltado para nossos próprios interesses, está totalmente desprovido de qualquer justiça, porque justiça é aquilo que torna a coisa justa, ajustada, encaixada às demais coisas, idéias ou pessoas. Sem justiça, ou seja, sem estar justa, contendo folgas, a engrenagem, fatalmente, tranca e quebra.

É por essa razão que sempre estamos correndo atrás do prejuízo. Já é hora de mudar isso.

domingo, 11 de janeiro de 2009

FESTAS MAQUIADAS

“Crente não pode ouvir música profana”. É isso o que a maioria dos crentes diz. Tocá-la então, nem pensar! Rodar música secular em uma festa de crente, “misericórdia”! “Só ouço música gospel”! – dizem.

Confesso que minha indignação em relação a esse pensamento só não é maior que minha vergonha em ver que, entre os que se chamam pelo nome de Cristo, haja um pensamento tão hipócrita e pervertido!

Pensamento hipócrita porque fazem suas festinhas ao som das mesmas batidas de qualquer festa profana, com a mesma pobreza melódica, harmônica e poética de qualquer baile funk. A única diferença é que trocam o “chupa que é de uva” por “chuta que é laço”, “é nois na fita” por “é nois na fé”. Diferença que pouco importa para quem está ali, já que tudo que se quer é festar.

Não sou contra boas festas. Muito pelo contrário: acho muito bom o hábito de sair com amigos, dançar e se alegrar sem bebedeiras, sem drogas, nem promiscuidade. O que sou contra é às más festas e às versões “gospel” de festas seculares que são propagadas como espirituais. Não há nada de espiritual nisso. Isso não passa de maquiagem barata. E nem me venham dizer que é diferente, que na festa gospel não rola drogas nem sexo, porque isso não é verdade. Basta ver quantas moças solteiras tem voltado grávidas dos retiros “espirituais”, ou de festas gospel, ou mesmo de reuniões de pequenos grupos. Isso pra não falar daquelas que não engravidaram pela simples razão de serem “prevenidas”.

Pensamento pervertido porque vê maldade em tudo. Pensam que todos que estão num show, estão ali para “aprontar”. Quem pensa isso, prova para si mesmo que é um pervertido. Pois faz juízo dos outros pelo pressuposto de sua própria conduta. Afinal, se já apronta num ambiente religioso, o que não faria num ambiente secular?

Não faço apologia aos bailes e festas. Mas o título de festa gospel não caracteriza que a mesma seja cristã. Assim como na música, há festas boas e festas ruins, cabe-nos saber distingui-las como distintos somos. Entretanto, festa realmente gospel, só conheço uma, chama-se Celebração Eucarística, ou Culto.

sábado, 10 de janeiro de 2009

COMO CRISTO AMOU

Ame a todos indistintamente
Ame até mesmo o pior inimigo
Seja-lhe misericordioso
e também compreensivo

Chore por ele
Sinta a sua dor
Faça-te fraco como ele
Dê-lhe o pão de teu labor

Beije-lhe o rosto e chame-o de amigo
Ao lado dele ande duas milhas
Peça que o Pai o perdoe sempre
Ame-o a ponto de dar-lhe tua própria vida

Depois de tudo isso feito
Com amor profundo e paterno
Tomando ele em teus braços
lançarias ele no inferno?

Só de Sacanagem

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
“ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.”
E eu vou dizer:
”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

Composição: Elisa Lucinda

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A VOZ DE DEUS

Por 13 vezes as Escrituras dizem: “Quem tem ouvidos, ouça”. A pergunta que nos cabe é: Como ouvir? Muito do que se anuncia como voz de Deus, não passa de engano e engodo, enquanto isso, muitas vezes, a verdadeira voz de Deus é ignorada.

A voz de Deus, no entanto, é a ferramenta pelo qual nos guiamos em caminho seguro, é o alimento que nutre e sustenta a fé, é a água que limpa e excreta toda a sujeira de nossa mente. Quanto mais damos ouvidos à voz de Deus, mais vivos estamos no Espírito. Ao passo que se deixarmos de ouvi-la, fatalmente nossa espiritualidade entra em colapso e ocorre a falência múltipla dos órgãos espirituais.

Diante de algo tão sério, é preciso que se tenha um extremo cuidado com relação à alimentação espiritual que estamos trazendo a nossa mesa. Pois a qualidade da alimentação é fundamental para a manutenção de uma vida sadia.

A voz de Deus não está no fundamentalismo religioso, onde em nome de Deus se provoca as mais traumáticas divisões e contendas, por conta de interpretações particulares e tendenciosas, onde o principal objetivo não é encontrar a verdade e sim mostrar estar certo em detrimento do diferente. Daí nasce a intolerância, o desrespeito e incompreensão da fé e dos direitos do próximo.

A voz de Deus não está no liberalismo, onde qualquer um faz as suas próprias leis ou as interpreta como bem quiser, a fim de agradar seu próprio ego.

A voz de Deus está no amor. Assim, não ouve a voz de Deus quem simplesmente lê a Bíblia, mas sim quem a lê com amor. A Bíblia não foi escrita com a finalidade de que, lendo-a, pudéssemos ter argumentos para condenar ou ignorar alguém, seja quem for. Muito pelo contrário, quem a lê por amor tem nela toda informação e inspiração para encontrar e amar Cristo no próximo, ainda que este próximo seja um faminto, sedento, andarilho, nu, preso, maltrapilho, ou mesmo seu próprio inimigo.

A voz de Deus nos é revelada através das Escrituras, da natureza e da consciência, quando estas estão submetidas e ouvidas sob a perspectiva do amor.

“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1 Pedro 4:8).

Vejo tanta gente ocupada em acusar os “erros” de quem é diferente que fico realmente preocupado, por que as diferenças seriam insignificantes se houvesse amor. Quando as pequenas diferenças são capazes de destruir grandes amizades, casamentos, irmandades e comunidades, isso denota quão débil é nosso amor. Quão surdos estamos diante da voz de Deus!

Quem tem ouvidos ouça. Ouviu?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

MÚSICA E POESIA, DONS DIVINOS

Há muito tempo defendo o estudo de poesia e MPB nos seminários. Não me refiro aos livros poéticos bíblicos, pois conhecimento bíblico é o mínimo que se pode exigir de um seminarista. Refiro-me aos poemas de Cruz e Souza, Manuel Bandeira, Henriqueta Lisboa, Casimiro de Abreu, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mario Quintana, Junqueira Freire e tantos outros gigantes da literatura brasileira. Na música, defendo que se estude, Tom Jobim, Vinícios, Cartola, Noel Rosa, e os roqueiros dos anos oitenta, como Renato Russo, Cazuza, etc.

O fato é que encontramos nesses a expressão de vida comum, de circunstâncias, de decepções e desilusões nos fazendo compreender pela poesia e pela música aquilo que só compreenderíamos se vivêssemos na pele as mesmas circunstâncias. O problema é que se tivéssemos que viver todas essas circunstâncias para obtermos todo esse conhecimento, provavelmente sucumbiríamos.

Assim, é importante aprender e sentir, através da arte, o que sente a alma do ser vivente diante das mais diversas circunstâncias.

Muitas vezes quando estou aconselhando alguém, ao ouvi-lo contar suas angústias, posso identificar melhor o seu sentimento, mesmo que nunca o tenha sentido na pele. Pois dificilmente algum sentimento humano já não tenha sido retratado em versos e canções. E muitas vezes pelo retrato musical ou poético, previamente obtido, posso saber o que se passa, ainda melhor do que aquele que está passando pelo problema. Assim, conhecendo melhor o problema, posso ajudar a encontrar a saída com muito mais propriedade e segurança. É como se eu já tivesse vivido aquilo.

Honestamente, esse benefício só é possível por meio das poesias e músicas fora do meio evangélico. Salvo raras exceções, como João Alexandre e “similares”, a música, bem como a pregação evangélica generalizou uma solução comum pra tudo, sem sequer saber o problema. Quanto à poesia evangélica, me apresentem, por favor. Daí a razão da pobreza cultural, poética e musical do meio “gospel”.

Pra mim, só existem dois tipos de música: Música boa e música ruim. E está difícil encontrar música boa entre as produções evangélicas! A maioria é um amontoado de jargões que nem de longe expressam a realidade da alma, contendo erros doutrinários e fantasias que deturpam a fé.

Se Renato Russo, ou Tom Jobim e outros, erraram em algumas de suas considerações, ao menos foram sinceros, cantaram o que criam e não cometeram a heresia de creditarem o que cantavam a uma “revelação de Deus”, não diziam o que lhes vinha à mente argumentando que era Deus quem estava falando. E olha que o dom que neles havia, inegavelmente, era divino!

Salve a poesia e a boa música!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

QUEM SE DISPÕE?

Aos 12 anos de idade, garoto é pego pela décima vez roubando carro. Pela décima vez também é solto, pois a lei não permite que fique preso um garoto dessa idade. Sua mãe é ex-presidiária e o pai não se sabe quem é. O que fazer? Como resolver esse problema? Essas são as primeiras perguntas que vem a mente. Entretanto, não se trata de um problema. Trata de uma vida uma criança.

Portanto, a pergunta que se deve fazer é: como salvar essa criança? Como transmitir-lhe os valores que os pais sequer tiveram para lhe transmitir? Não adianta mais a sociedade lançar a culpa sobre os irresponsáveis e incapacitados pais, pois isso não resolverá nada.

Acima de tudo esse garoto é um filho da pátria mãe gentil que trouxe seus antepassados a essa terra como escravos e depois os deu alforria entregando-lhes à escravidão da discriminação racial e social, tolhendo-lhes o direito de voz e vez. Isso é o problema, o garoto é apenas vítima disto.

De quem cobrar a responsabilidade? Ora, a maioria dos responsáveis já morreu e o restante não está nem aí! Portanto, a questão não é essa. A questão é: Quem se dispõe a comprometer-se? Quem se compromete a acolher esse garoto e dar-lhe educação e amor? 12 anos, ainda há tempo. Quanto custará isso? Muitos cachorrinhos de madames tem um custo bem maior! Isso eu garanto por experiência própria.

Acho que, ao menos, devemos refletir sobre o que cantou Eduardo Dusek, nos anos 80: “Troque seu cachorro por uma criança pobre”.

domingo, 4 de janeiro de 2009

OS PORQUÊS E PRA QUÊS DAS CHUVAS

Ontem, 03 de Janeiro de 2009, foi o segundo dia mais chuvoso de que se tem registro em Tubarão, perdendo somente para o dia 23 de Março de 1974, ocasião em que as águas do rio que corta a cidade subiram rapidamente deixando um rastro de destruição e morte (mais de 100 pessoas perderam a vida naquela enchente).

Há poucos dias, nosso Estado foi aos noticiários por conta das tragédias ocorridas por conta das chuvas que atingiram principalmente a região do Vale do Itajaí. Confesso que mesmo não morando tão longe, senti-me um tanto seguro, com certo sentimento de imunidade, como se nada pudesse atingir-me. Talvez não me sentisse assim se tivesse visto a enchente de 74. Mas o que vi ontem me fez perceber o quão vulnerável nós somos.

Passeando pelas ruas de Tubarão (as ruas que se era possível passar sem ser de bote), comoveu-me a cena que vi nos bairros mais baixos da cidade, onde muitas pessoas tiveram que abandonar suas casas seguindo a pé sem ter mais o que fazer, senão ver suas propriedades sendo tomadas pelas águas. Se já não bastasse, várias barreiras caíram na cidade, uma delas caiu sobre a estrada vindo parar às portas de minha casa. Pra fechar o dia, Tubarão foi notícia no Jornal Nacional por causa dos alagamentos na Br 101.

Gostaria de mandar a tempestade se acalmar, como fez Jesus. Mas não posso! Tudo o que posso é buscar saber o porquê e principalmente o pra quê.

O porquê é importante para que, sabendo a causa das experiências passadas, possamos corrigir o presente evitando o pior no futuro. Problemas de construções em encostas de morros, lixos nas ruas, alteração de cursos fluviais, poluição, devem ser identificados, examinados e discutidos a fim de se encontrar soluções.

Enquanto isso, não se pode deixar de refletir no pra quê das circunstâncias. Se somos, na maioria das vezes, impotentes diante dos porquês, não o sejamos nos pra quês. Sejam esses momentos de turbulência PARA o exercício da solidariedade, PARA refletirmos em nossa pequenez, PARA acolhermos o necessitado e encontrarmos nos PRA QUÊS a razão de sermos seres humanos melhores a cada dia.

Hoje a chuva parou, o sol apareceu, a esperança continua, a fé é posta a prova, uma lição a cada dia e a vida segue em frente, renovando-se sempre.

sábado, 3 de janeiro de 2009

SOU CRISTÃO, POR ISSO CREIO

Dia primeiro deste ano saí andando pela areia da belíssima praia de Itapirubá, em Imbituba/SC. Lá duas coisas são muito fáceis de ver: baleias e barcos pesqueiros. Olhando os pescadores fazendo manutenção das redes, comecei a pensar no que fez certos pescadores abandonarem a lida, família, amigos e costumes para seguir um cabeludo, até então desconhecido, que falava coisas que jamais haviam ouvido e que sequer podiam entender.

Comecei a imaginar como teria sido a história se aqueles homens simples houvessem de entender todo evangelho antes de seguir a Cristo. Em outras palavras, se eles fossem como nós costumamos ser. Porque quanto a nós, queremos saber as minúcias antes de aceitarmos o todo, para só depois de tudo conferido abraçar a fé. O problema é que nessa hora já não há mais fé a se abraçar. Há somente um monte de dúvidas, pois as coisas da fé não se entendem se antes não houver fé. Quanto a isso já advertia o apóstolo Paulo: “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (1 Coríntios 2:13).

Só se conhece a Cristo através da fé. Portanto, não se pode conhecê-lo antes de crê-lo. Primeiro há que se crer, para então conhecer.

Quando eu fazia faculdade de história, alguns de meus colegas iam às aulas simplesmente para duvidar do que era ensinado. Ora! Deveriam mudar de curso, pois estavam se negando a conhecer a história. Também se nega a conhecer o cristianismo quem se porta da mesma maneira ao estudá-lo.

É impossível conhecer a Cristo sem primeiro crer. Pois é crendo que o conhecemos.

Aqueles pescadores conheceram Cristo porque antes creram nEle. Creram nEle porque antes o seguiram. O seguiram porque antes deram ouvido ao seu chamado. Por isso,“Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hebreus 4:7b).

Converta-se a Cristo agora! O resto eu te explico depois.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

UMA LISTA DE COISAS A SE ESQUECER

Certo período de minha adolescência foi marcado por uma religiosidade bastante rigorosa. Tudo o que se podia saber é que nada se podia fazer. Não havia porquês, pois nem questões se podia haver. Tudo era pecado e ponto final. Nada de ir ao campo assistir ao futebol, nada de ouvir músicas “mundanas”, nada de televisão, nada disso, nada daquilo. Uma enorme lista de “pecados” dos quais eu não deveria nem pensar. Mas como deixar de pensar naquilo que insistiam em me lembrar de esquecer?

Pensava eu: não posso fazer isso... isso não posso fazer... isso não... isso... ai como queria fazê-lo! Que dilema! A tal lista de proibições só servia pra não me deixar esquecer do que havia de ser esquecido. Como se isso já não bastasse, ainda tinha que conviver com o paradoxo de que o proibido é mais gostoso.

Foi então que aprendi que a melhor maneira de esquecer algo é esquecer de esquecer, e viver em função do futuro ao invés do passado. É preciso buscar algo novo. Como já diziam John Lenon e Paul McCartney, “mais vale tentar viver de esperança”.

Maus hábitos não são vencidos pela recriminação, mas sim pela prática de bons hábitos. Ociosidade não é vencida senão com algo a fazer. Maus pensamentos só são vencidos com renovação da mente: ler um bom livro, ter conversas inteligentes e produtivas, conhecer pessoas novas.

A vida não pode consistir-se na proibição de fazer o que é errado, mas na liberdade de fazer o que é certo. Jesus nunca proibiu o errado, ao invés disso, ordenou o certo, isto é, o amor. Este foi seu mandamento. Afinal, quem ama tem, naturalmente, a consciência e a responsabilidade de fazer o bem e nunca precisará ser proibido de fazer o mal, pois o mal não fará parte de sua conduta.

As proibições só são úteis para quem não ama, pois quem não ama não se recrimina pelo mal que faz. Porém, quem ama não rouba, não mente, não pensa mal, não se corrompe nem corrompe ninguém, não trai aos outros nem trai sua consciência. Logo, quem ama já cumpre a lei mesmo sem a conhecer. Além de não fazer o mal, quem ama sempre faz o bem, sem buscar seus próprios interesses.

Com relação à lista de coisas a se esquecer, esqueci foi da lista.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

FELIZ EU NOVO

Parece que foi ontem, mas se passou um ano! É essa a sensação que temos a cada virada de ano. Parece que o tempo anda cada vez mais rápido e quando vemos é fim de ano de novo.

Algumas rotinas nos fazem sentir que estamos vivendo um replay. Há quem não dispense os mesmos rituais todos os anos: sempre a mesma comida, o amigo secreto (e até este, às vezes, é o mesmo), os mesmos discursos, as mesmas promessas, a mesma cor da roupa. Tudo parece igual. Talvez isso seja o reflexo de um desejo de imortalidade, de querer que o tempo não passe, que as rugas não apareçam, que a velhice nunca chegue.

Todavia, por mais igual que pareçam ser as coisas, nada mais é o mesmo. Nem mesmo nós somos os mesmos. Mudamos a cada experiência, a cada dor, a cada choro, a cada alegria, a cada perda, a cada ganho.

Se há que se encarar o fato de que mudamos e que necessário é mudarmos, quero me reservar o direito de desejar um Feliz Eu Novo e celebrar toda lágrima, toda dor, todo riso e todo amor vivido e que viverei, sem os quais eu não mudaria, nem seria quem eu sou.

E já que o tempo não para, a velhice é iminente e a renovação necessária, cabe-nos a sublime missão de viver e aprender em cada dia vivido o que de melhor se pode extrair de cada sentimento e experiência, construindo um legado de amor e trabalho em prol de um mundo melhor.

Feliz 2009
Um tempo pra que tudo se renove.