Aos 12 anos de idade, garoto é pego pela décima vez roubando carro. Pela décima vez também é solto, pois a lei não permite que fique preso um garoto dessa idade. Sua mãe é ex-presidiária e o pai não se sabe quem é. O que fazer? Como resolver esse problema? Essas são as primeiras perguntas que vem a mente. Entretanto, não se trata de um problema. Trata de uma vida uma criança.
Portanto, a pergunta que se deve fazer é: como salvar essa criança? Como transmitir-lhe os valores que os pais sequer tiveram para lhe transmitir? Não adianta mais a sociedade lançar a culpa sobre os irresponsáveis e incapacitados pais, pois isso não resolverá nada.
Acima de tudo esse garoto é um filho da pátria mãe gentil que trouxe seus antepassados a essa terra como escravos e depois os deu alforria entregando-lhes à escravidão da discriminação racial e social, tolhendo-lhes o direito de voz e vez. Isso é o problema, o garoto é apenas vítima disto.
De quem cobrar a responsabilidade? Ora, a maioria dos responsáveis já morreu e o restante não está nem aí! Portanto, a questão não é essa. A questão é: Quem se dispõe a comprometer-se? Quem se compromete a acolher esse garoto e dar-lhe educação e amor? 12 anos, ainda há tempo. Quanto custará isso? Muitos cachorrinhos de madames tem um custo bem maior! Isso eu garanto por experiência própria.
Acho que, ao menos, devemos refletir sobre o que cantou Eduardo Dusek, nos anos 80: “Troque seu cachorro por uma criança pobre”.
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