Por Dinesh D’Souza
A VERDADE SOBRE O CRISTIANISMO pp.129,130
“Talvez alguns leitores se surpreendam ao descobrir que o papa era um admirador de Galileu e defensor da pesquisa científica, que, na época, era realizada principalmente em universidades e observatórios patrocinados pela Igreja. O mesmo se diz do líder da Inquisição, o culto teólogo e cardeal Robert Bellarmine. Quando as palestras de Galileu em defesa da teoria heliocêntrica chegaram aos ouvidos da Inquisição, muito provavelmente pela boca de um dos rivais acadêmicos de Galileu em Florença, o cardeal Bellarmine foi ter com Galileu. Este não era um procedimento normal da Inquisição, mas Galileu era uma celebridade. Em 1616, com pompa, ele chegou a Roma, onde ficou na grande Vila Médici, encontrou-se com o papa mais de uma vez e compareceu a recepções dadas por vários bispos e cardeais.
O que Bellarmine observou em relação a Galileu é, ao mesmo tempo, memorável e revelador. “Embora a experiência mostre claramente que a Terra permanece parada”, escreveu Bellarmine, contudo, “se houvesse uma prova inquestionável de que o Sol está no centro do Universo (...) e de que o Sol não gira em torno da Terra, mas a Terra em torno do Sol, então teríamos de proceder com muita prudência para explicar passagens das Escrituras que parecem ensinar o contrário e admitir que não as entendemos, em vez de declarar falsa uma opinião que se mostrou verdadeira. Mas esse não é um assunto que deva ser tratado às pressas, e, quanto a mim, não acreditarei que existam tais provas até que me sejam apresentadas” .
Este é um modelo de procedimento sensato. Bellarmine admitiu que não havia, de fato, um conflito entre a natureza e as Escrituras, que é o que o Cristianismo sempre ensinou. Conseqüentemente, argumentou, se lemos as Escrituras de um modo e a evidência natural mostra que estamos errados, precisamos rever nossa interpretação das Escrituras e reconhecer nosso erro.”
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O que Bellarmine observou em relação a Galileu é, ao mesmo tempo, memorável e revelador. “Embora a experiência mostre claramente que a Terra permanece parada”, escreveu Bellarmine, contudo, “se houvesse uma prova inquestionável de que o Sol está no centro do Universo (...) e de que o Sol não gira em torno da Terra, mas a Terra em torno do Sol, então teríamos de proceder com muita prudência para explicar passagens das Escrituras que parecem ensinar o contrário e admitir que não as entendemos, em vez de declarar falsa uma opinião que se mostrou verdadeira. Mas esse não é um assunto que deva ser tratado às pressas, e, quanto a mim, não acreditarei que existam tais provas até que me sejam apresentadas” .
Este é um modelo de procedimento sensato. Bellarmine admitiu que não havia, de fato, um conflito entre a natureza e as Escrituras, que é o que o Cristianismo sempre ensinou. Conseqüentemente, argumentou, se lemos as Escrituras de um modo e a evidência natural mostra que estamos errados, precisamos rever nossa interpretação das Escrituras e reconhecer nosso erro.”
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Por Julio Zamparetti
Caros amigos, após quase 400 anos, o que vemos na religiosidade de hoje parecer denotar uma involução. Se o cardeal Bellarmine, naquele tempo se dispunha a reconhecer um erro teológico, hoje, o grupo dos teólogos fundamentalistas mantém uma postura muito diferente, querendo provar a qualquer custo que suas interpretações estão corretas, mesmo quando todas as evidências mostram o contrário.
Não é impressionante que teólogos da idade média fossem mais sensatos do que muitos de nosso tempo? E o que dizer de nós mesmos, quando nos portamos como donos da verdade? Você já pensou em quanta gente foi censurada, discriminada, excluída e por fim teve sua fé destruída por conta de más interpretações?
Se tivermos que errar, que seja por amor e não por rigor!
De fato o Rigor sempre é utilizado em momentos que a lucidez é ofuscado pelo desequilibrio.
ResponderExcluirMeu filho de 10 anos tem me posto a prova em vários momentos em que tenho que admitir ... a censura é um grande desafio para nós, interpretar atitutes e ações, leio com ele de vez em quando o livro "O QUE JESUS FARIA?" Na intenção de mostrar o porquê a liberdade tem limites. Quando não tenho resposta sou franco e digo:-
No momento estou pensando o que Jesus faria no meu lugar, rsrsrs.
Reconhecer o erro é um grande desafio, pois o status perdido parece que doi mais do que a amizade ofendida.
Abração.
Pr. Maicon Blues.