Agora vocês são luz; vivam como filhos da luz. Ef. 5:8.
Jesus já dizia no Sermão da Montanha (Mt.5:6,7) que nós somos a luz do mundo. O SER luz proposto na Escritura é bem mais do que simplesmente dizer quero ou não quero. SER luz é um processo de crescimento gradual, natural ao nascido em Cristo. Afinal, crescimento é o que se espera de quem nasce.
Assim como Jesus, Paulo afirma que somos luz. Não apenas iluminados, mas iluminantes! Pois não somos chamados a tão somente contemplarmos a luz de Cristo, mas comissionados a manifestá-la! Isto se torna relevante quando olhamos para a maneira como se vive o cristianismo; sim, porque esse é o fato em questão: “VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ... CANTAR E CANTAR E CANTAR...”. Como bem diz a letra desta canção, a vida bem que podia ser melhor, mas isso não pode me impedir de acreditar no amanhã. A verdade é que não podemos andar conforme os ditames das circunstâncias do mundo. E se este jaz em trevas, esta é mais uma razão para não deixarmos de manifestar a luz de Cristo, nem descrer de suas benesses.
Hoje parece que não sabemos viver senão em opostos: ou se é ortodoxo com um fundamentalismo exagerado olhando como fariseu a vida dos outros com a régua da lei, ou se leva a vida na vantagem e conivência. Ou se espiritualiza tudo e se vive uma fé repelente, enxergando a ação de demônios em qualquer topada e milagres em qualquer acerto, ou se relativiza tudo e acaba-se por perder a dimensão e o valor da fé. Em ambos os casos, nada é iluminado. Ou por falta de luminescência, ou por excesso dela. Pois a luz que queima os olhos também os lança em trevas.
Um conto popular cristão nos diz de dois amigos, um “crente” e outro não. O crente chegou para o outro após ouvir um sermão sobre como andar na luz e foi logo dizendo:
- Você sabia que eu estou na luz e você nas trevas?
O amigo respondeu:
- Como você diz isso se estamos andando juntos na mesma hora e lugar?
- Eu posso lhe provar! Disse o crente, parando na frente de um bar.
- Acenda um cigarro ai e segure entre os dedos.
Alguns amigos em comum passaram por ali e cumprimentaram os dois, nada de mais aconteceu. O crente pediu o cigarro e segurou do mesmo jeito que estavam. Em seguida passou outro amigo e logo disse:
- Você tá fumando? Como pode se você agora é crente? Deixou a igreja foi?
Eles apagaram o cigarro e continuaram a caminhar. O crente continuou:
- Está vendo amigo? Ninguém percebeu que você estava fumando porque você está nas trevas e viram a mim com o cigarro porque eu estou na luz.
É fácil “ser luz” quando toda fé está centrada em normas de condutas que se baseiam na aparência, no gosto ou preconceito pessoal, no estereótipo, no que alguém vai pensar de mim. É muito fácil ser cristão quando o paradigma em questão é a atitude do outro. O cristianismo para “o outro” está sendo regurgitado nesse texto de Paulo aos Efésios. Não é para o outro que Paulo escreve, é para o EU que há em mim. Quem é luz não precisa provar nada a ninguém.
A luz só existirá a partir do momento que eu compreender o conceito de luz, porque até então o meu habitat natural era o desconhecimento (as trevas do conhecimento). Será que compreendemos isso? Somos desafiados aqui a ser SOL e não lâmpada. Se é que Cristo está em mim, a luz precisa vir de dentro de meu ser e não dos “condutores de energia” dos muitos púlpitos por ai a fora que dizem: Agora levante; agora ajoelhe; agora grite aleluia, agora bata palmas e cante bem alto...
A luz brilha e apaga as trevas...
A luz coíbe a ação do corruptor...
A luz possibilita a ação fraterna e saudável daqueles que estão ao redor dela.
A luz revela...
A luz inspira...
Ser cristão é ser luz e ter compromisso com a justiça e a verdade. É encarnar o Sermão da Montanha. É fazer a diferença não porque alguém está pedindo, mas porque a Palavra de Deus incita a caminhar na direção do Reino aqui e agora; cidadão atuante; santo militante e cristão relevante.
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