Por Julio Zamparetti
Uma professora me
contou que havia comprado e lido todos os meus livros e, por ter gostado muito,
emprestou-os para dezenas de pessoas. Então, subitamente, levou as mãos à
cabeça e disse: “Desculpe-me, agora eles não comprarão mais seus livros”! Não
tive como conter o riso e lhe falei que, para um escritor, mais importa é ser
lido do que vendido. Eu não poderia condená-la por isso, já que eu mesmo já
transcrevi em meu blog quase tudo que escrevi nos livros. Tudo está
disponível gratuitamente a quem quiser, e na hora que quiser. Não por acaso os
clics no blog me dão tanto prazer!
Mas meu leitor mais
assíduo não tem computador. Não satisfeito em ter comprado e lido os meus
livros, me visita todo mês e não vai embora sem que antes eu imprima e lhe dê
os artigos que escrevi durante o mês. Este certamente vai parar em sua mão,
quando ele vier pegar os novos artigos e dar o seu parecer sobre os anteriores.
Nem sempre ele concorda comigo, mas conversa boa é aquela em que se sabe
discordar com respeito e interesse pelo pensamento alheio.
Esse mês, janeiro, já
está no final e ele ainda não apareceu por aqui. Deve estar na praia. Isso me
fez perceber o quão valiosa é essa amizade. Estou sentindo falta de nossa
conversa, o que me levou a escrever. Por mais que sejam prazerosos os
clics no blog e as leituras que se fazem de meus livros, nada substitui o olhar
respeitoso, a crítica educada, o abraço fraterno, a conversa amigável e o
desejo de aprender um com o outro.
Um abraço, meu amigo
Silvio. Se só você lesse o que eu escrevo, seria o suficiente para me motivar a
continuar escrevendo.
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