segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

MARIA - Modelo de Igreja


Por Julio Zamparetti

No episódio das bodas de Caná, onde Jesus transformou água em vinho, temos no exemplo da Bem aventurada Virgem Maria um modelo perfeito do que é ser Igreja.

Em primeiro lugar, Maria se inquietou diante do fato de ter acabado o vinho, que é símbolo de alegria. Uma igreja, de igual modo, não pode se conformar diante de tantas circunstâncias que tolhem a alegria de nosso povo; não pode aceitar tantas injustiças, preconceitos, discriminações, desigualdades, bem como o descaso ambiental.

Em seguida, a mãe de Jesus vai até ele e intercede, não por ela, mas por aqueles que já não tinham mais vinho. O problema da igreja de hoje é que ela vive o conceito de que cada um deve buscar a sua bênção. Só que isso não é ser igreja. Ser igreja é fazer parte do corpo de Cristo que se entregou à morte, tão somente porque amou e lutou pelos injustiçados, explorados, excluídos, fracos, pobres e malditos.

Mesmo tendo uma intenção tão nobre, Maria se sujeitou à resposta de Jesus que lhe disse: “ainda não”. Igreja que é Igreja não se faz como criança mimada que tudo exige “agora”, porque Igreja que é Igreja confia que Deus tem sempre a melhor hora para tudo, e ainda que a resposta de Deus seja um ’sim’ ou um ‘não’, sabe essa é a melhor resposta.

“Façam tudo o que ele vos disser”, disse a Santa Virgem. Estou convicto de que a grande fé não é aquele que conquista o que desejamos, mas aquele que nos motiva a permanecer obedientes, mesmo quando Deus nos diz “ainda não”.

Por fim, Jesus transformou água em vinho, um vinho melhor que o primeiro, e, certamente, Maria se alegrou na alegria de sua gente. Ser Igreja não é se inflar de poder-sem-ter-pra-quê, nem buscar realizações pessoais. Ser Igreja é se alegrar na alegria de todos, é ser beneficiado no bem comum.

Carecemos de Marias. Temos  visto tanta gente querendo ser senhor! Precisamos de uma igreja que, como nossa Mãe do Céu, seja serva, sujeita a Cristo e cheia de amor ao próximo.

Quem se dispõe?

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