Por Julio Zamparetti
Lendo o livro PENSAR NÃO DÓI E É GRATIS de meu amigo Eugênio C. Ribeiro, deparei-me com uma verdade interessante. Embora o livro seja de filosofia e não teologia ou religião, é impossível ler esse texto sem conotá-lo à realidade que vemos nos meios religiosos. Segue o texto:
“Falácia da autoridade é a falácia em que se convence pelo peso psicológico da autoridade de alguém. Por isso mesmo às vezes ela é conhecida pela expressão latina Argumento ad vericundiam. O modo mais conhecido desta falácia é muito usado pelos meios de comunicação, principalmente em propaganda, quando se usa a autoridade de uma pessoa em um determinado campo para corroborar a eficácia de algo fora daquele campo. Como exemplo, podemos citar o Pelé fazendo propaganda do Vitasay. O Pelé é uma sumidade nos esportes, mas não é competente no que tange à área farmacêutica para corroborar eficazmente o poder de tal vitamina
Há uma outra vertente desta falácia, também muito conhecida. Vem um brasileiro proferir palestra em nossa universidade sobre Bioética. È feito o anúncio sobre o evento, apresentando o currículo do palestrante, que só fez suas pesquisas no Brasil. Agora imagine a situação em que nossa universidade convida um doutor de Harvard para proferir palestra sobre o mesmo assunto, apresentando com antecedência o currículo do mesmo. Segundo minhas experiências em eventos deste tipo, é quase de apostar que a palestra do doutor que vem de Harvard terá um quorum bem maior. Por que? Ora, nós tendemos a idolatrar a pessoa considerada autoridade no assunto e menosprezar aquele que, em nosso ponto de vista, não o é.
Uma outra vertente ainda desta falácia é conhecida como argumentum ad antiquitam. È o erro de afirmar que algo está “correto” ou “bom” apenas porque é tradicional, antigo ou foi ratificado por alguém num cargo de mando. Exemplo: “Maradona é um jogador melhor que Pelé. Acredito nisso porque o chefe de meu pai disse que é”. Só assim mesmo para alguém acreditar numa coisa dessa. Ou então: “nós sempre fizemos assim...”.”
Percebeu a semelhança? Seguindo o viés da primeira falácia apontada (argumento ad vericundiam) igrejas usam e abusam de jogadores famosos, cantores decadentes e atrizes esquecidas para corroborarem com sua pregação medíocre e sem conteúdo.
No caminho da falácia seguinte, vemos o exemplo nítido, ilustrado no besterol teológico americano que, por meio de livros, DVDs, Bíblias comentadas e conferências, os brasileiros digerem sem pensar, questionar, nem fazer cara feia. E o pior, quando nós, míseros brasucas, queremos mostrar a verdade, não há exegese que dê volta.
Por fim, a falá do argumentum ad antiquitam. Esta é a falácia mais presente em todas as igrejas. Por mais que você argumente de forma bíblica e bem fundamentada, as pessoas dificilmente deixarão as crendices que a maioria crê, ou que o superpastorpadreguru Fulano de tal falou na TV. (Oh, estrago!)
Olhos atentos e não se deixe enganar!
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