quarta-feira, 19 de junho de 2013

UM PAPO FRANCO SOBRE HOMOSSEXUALIDADE, PESQUISAS E PRECONCEITO

Por Julio Zamparetti

Amigos - falo com aqueles que, como eu, têm convicção de sua condição heterossexual - façamos, cada um para si, uma simples pergunta e a respondamos com honestidade: a homossexualidade é uma opção para mim? Se a resposta for ‘não’, há que se pensar que exatamente porque a homossexualidade não é uma opção pra mim que sou hétero, não posso acreditar que a heterossexualidade possa ser uma opção para o homossexual. Por outro lado, se para você a homossexualidade é uma opção, hétero você não é.

Quanto ao argumento desses religiosos que defendem que ninguém nasce gay por conta de não existir um cromossoma gay, digo que é lamentável ver quem fala em nome da Igreja defendendo a concepção de que as características humanas sejam definidas tão somente pelo código genético, esquecendo-se de que não somos meramente somáticos, mas principalmente espirituais. Nosso DNA não determina nada além da condição física. Defender a definição da condição humana tão somente pelos atributos genéticos é no mínimo muito estranho para quem prega os valores e o poder da espiritualidade. Mais estranho ainda é ver a religião usar da Bíblia para negar a própria antropologia bíblica, seja ela interpretada de forma dicotomista (corpo e espírito) ou tricotomista (corpo, alma e espírito). Afinal, tudo o que não se espera dos religiosos é que defendam a concepção de que somos apenas matéria.

Aos religiosos que se apegam ao argumento de que “somente se pode defender o conceito de que uma pessoa nasça homossexual, se tal comportamento estiver definido na genética”, vale a seguinte pergunta: pelo que se pauta a igreja: a antropologia bíblica, ou crê que não passamos de matéria? Como cristão, considero o que diz as Escrituras e elas dizem que somos corpo e espírito, não apenas corpo, não apenas DNA. A verdade é que ninguém pode negar o fato de que crianças, em tenra idade, demonstram as tendências de sua orientação sexual, mesmo sem terem a menor noção do que seja sexo. Se isso não está codificado no DNA, certamente o está no espírito que Deus o deu. Assim, não se pode discriminar alguém por conta da forma como Deus o fez.

Preciso, também, dizer que não existe cura gay, pois para haver cura primeiro tem haver doença, o que não é o caso. A psicologia pode até ser muito eficaz no que chamam de “redirecionamento sexual” que promete transformar um gay em hétero. A programação neurolinguística, por exemplo, poderia ter muito êxito nisso. O problema é que a mesma técnica e eficácia pode ser usada no sentido inverso, fazendo um hétero virar gay (aiaiai!!! Rsrs). Logo, isso não é redirecionamento, mas apenas direcionamento, uma manipulação psíquica. Isso é tão antiético e assustador quanto uma manipulação genética de um ser humano.

Sendo assim, não esqueça que sexualidade não é um caso de opção, preconceito é; sexualidade não é doença, preconceito é.

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