segunda-feira, 9 de agosto de 2010

MOISÉS, JESUS E NÓS

Diz a Bíblia que enquanto Moisés ouvia a voz de Deus seu rosto se iluminava (vd.Ex.34:29-35). Essa experiência foi peculiar, de forma que não se tem registro de que uma experiência semelhante tenha ocorrido com outra pessoa, nem há razão para que alguém queira ter essa experiência da mesma forma como se deu a Moisés.

Também diz que Jesus se transfigurou (vd.Lc.9:28-36), ou seja, transportou-se da figura física para a figura visionária, integrando-se a visão que seus discípulos tiveram de Moisés e Elias, que figuravam a Lei e os profetas que, segundo o próprio Cristo, testificavam dEle.

Não se tratava de contato entre vivos e mortos, como interpretam erroneamente alguns, mas sim da manifestação da glória de Deus testificando, aos discípulos, que Cristo era aquele de quem falava a Lei (figurada em Moisés) e os profetas (figurados em Elias). Portanto, a visão denotava o relacionamento íntimo de Cristo com a Palavra Profética. Em meio a esse relacionamento, suas veste resplandeciam.

Assim como a experiência de Moisés não se repetiu jamais a outros, muito menos a transfiguração será repetida. Todavia, a realidade da comunicação com o altíssimo e o resplandecer da luz divina sobre todos aqueles que interiorizam a Palavra Profética, é o ensinamento que essas passagens bíblicas nos fornecem.

O exercício da oração e o contato com a voz de Deus, que se dá através das Santas Escrituras, da consciência e da razão, nos iluminam e nos fazem resplandecer, não da mesma forma relatada a respeito de Cristo e Moisés, mas da forma como o Espírito de Deus opera em nós, iluminando nosso âmago e resplandecendo na caridade em nós.

De fato, no exercício da comunhão com Deus somos transportados dos limites da figura humana, para a ilimitada ação da essência divina. Não obstante, somos transformados à medida que nos aprofundamos no conhecimento de Deus e nos entregamos integralmente ao núcleo de Seu amor.

O fruto da verdadeira comunhão com Deus não se dá em experiências de êxtase emocional, gritarias ou fanatismo religioso. Embora a comunhão com Deus nunca deixe de ser emocionante, seu fruto se dá no serviço a que somos impulsionados, pelo Espírito de Deus, a oferecer ao próprio Deus, na pessoa do próximo, promovendo assim um mundo melhor, mais justo e menos desigual, sem jamais desfalecermos da esperança.

“Assim temos mais confiança ainda na mensagem anunciada pelos profetas. Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem. Pois ela é como uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia amanheça e a luz da estrela da manhã brilhe no coração de vocês” (II Pd.1:19).

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