quinta-feira, 14 de abril de 2011

REFLETINDO SOBRE A SEMANA SANTA

Revdo Edmar Pimentel

O Domingo de Ramos é o marco inicial da Semana da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e a cristandade passa a vivenciar os passos em direção ao ápice da Graça de Deus – a crucificação do Messias. Mas naquele domingo homens, mulheres e crianças com galhos de árvores nas mãos ovacionaram àquele que vem em Nome do Senhor! – o Filho de Davi. Parece-nos que precedendo o que estava por vir era necessário uma declaração de que tudo na terra se preparava para o momento extasiante da terrível sexta feira de trevas, o momento triunfal da redenção dos eleitos de Deus.

Surgiria assim um povo eleito antes da fundação do mundo que sob o manto de sangue – precioso sangue de Cristo – teria livre acesso como sacerdotes de si mesmos, ao trono de Deus. Uma nova condição proposta por Deus era agora colocada diante da humanidade caída pelo pecado de Adão e resgatada de todos os povos, tribos, línguas e nações formando assim a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, nascida sob o signo do Agnus Dei – Cordeiro de Deus - que tira os pecados do mundo. Signo de martírio, de dor, de reflexão e silêncio.

Nesta última semana, a maior proximidade dos doze apóstolos, os últimos conselhos e exortações; a última refeição – instituindo a Eucaristia (do grego εχαριστία, cujo significado é "ação de graças") e nela o próprio Senhor diz: “Tomai e comei, isto é o MEU CORPO que é dado por vós”. Para Ele, bem mais do que transubstanciação, consubstanciação ou qualquer outra substanciação que queiram indagar nossos teólogos de plantão, havia um sentimento de entregas e partilha para com aqueles mais achegados. Profundo sentimento estava presente na mente e coração do Senhor. Bem mais do que pão, ele estava se dando. E continuou: “Bebei todos deste, este é o cálice da Nova Aliança no MEU SANGUE.” Momento sublime de introspecção e reverencia. O sangue. Lembro-me daquele velho hino quando diz:

Sangue que Jesus verteu, é divino e eficaz Este sangue ao coração, força, amor e vida trás!

Nova aliança. Perdão. Reconciliação – que sangue poderoso! Não foi por acaso que o anjo da morte respeitou as casas cujos umbrais estavam aspergidos com sangue de cordeiro – perfeita figura – que nos enche de temor para com aquelas preciosas palavras do Senhor: “Meu Corpo e Meu sangue”. É do Senhor todo sacrifício. Ele o fez. Ele o aceitou. Somos apenas “alvo” de sua preciosa graça; eu não sou coadjuvante, apenas servo – e inútil diante de tão grandiosa redenção.

Refletir sobre a Semana Santa é levar o pão e vinho para o Calvário e depois renovar a esperança no tumulo vazio. Temos consciência do tamanho significado presente na instituição da Eucaristia, no porque que houve trevas do meio dia às três da tarde e do tumulo vazio?

Silencio. Ouçamos a voz do povo que agitando ramos bradam enquanto um homem simples vem montado sobre o filhote de uma jumenta...

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