sábado, 24 de abril de 2010

A CRUZ

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;” (1 Coríntios 1:23).

A cruz tem sido negada por muitos cristãos e isso ocorre de várias formas. Primeiramente, a cruz é negada por pessoas que afirmam que ela não é símbolo do cristianismo e jamais foi usada pelos cristãos da igreja primitiva. Dizem que seu uso está relacionado a Constantino (Imperador de Roma que se converteu ao cristianismo, tornando-o a religião oficial do império), figura abominável aos olhos deles.

Não tenho intenção de julgar os méritos ou deméritos de Constantino ou de quem o abomina. Entretanto, creio que independentemente do uso ou desuso de Constantino, a cruz, sob vários aspectos, tem uma importância singular à fé de todo o que crê em Cristo.

Foi o próprio Jesus quem advertiu que se alguém quisesse segui-lo deveria tomar a sua própria Cruz. É no mínimo contraditório alguém se denominar cristão e negar a cruz.

Para ser cristão é necessário estar incluso na cruz de Cristo, ser parte de seu corpo. É preciso morrer a sua morte e viver a sua vida. Quando se morre na carne, não restam desejos, apetites, nem libidos pecaminosos. Aqui quero lembrar algo muito importante: a igreja é o corpo de Cristo. Portanto, em Cristo, já provou da morte na carne. Esse é o significado de estar morto em Cristo. Muitos desejam participar da vida de Cristo, mas pouquíssimos se dispõe a participar de sua morte. O problema é que a vida de Cristo começa na sua morte, não há outro caminho, não há atalho. Na morte carnal de Cristo está a morte para o pecado de todo aquele que crê e está incluído em sua morte, em sua cruz. A partir daí é que se pode viver a vida que Ele prometeu, não só no porvir, mas também aqui, afinal, a eternidade começa agora. Portanto, negar a cruz é negar o meio pelo qual Deus escolheu para executar o processo salvífico do homem.

A Bíblia é repleta de exemplos de que o caminho cristão é um caminho de cruz. A porta é estreita, o caminho apertado, há pedras no caminho e Jesus não as transformou em pães. Se você tem recebido a proposta de que Cristo te fará rico por meio de uma “singela” oferta, ou tem ouvido falar de um evangelho que é só vitória e sucesso, tome cuidado. Você está sendo enganado!

Muitos dos que buscam uma religião, hoje em dia, buscam uma fórmula mágica para o sucesso. Para vergonha do cristianismo essas fórmulas têm sido supostamente encontradas aos montes nas seitas que se denominam cristãs. Iludidas, pessoas carentes e ansiosas por solução, seguem todos os passos ordenados por líderes mercenários que só estão interessados em encher seus templos e cortar até a última lã que as pobres ovelhas podem dar.

Há uma cruz no caminho, no caminho há uma cruz. Não há cristianismo sem cruz. Ao menos não um cristianismo que pretenda transformar o mundo. Pois, como diz meu amigo, pastor Maicon Blues: “não há transformação sem mudança, nem mudança sem perda, nem perda sem dor”. Essa é a cruz da qual não pode fugir quem deseja um mundo melhor. Precisamos estar dispostos a mudarmos nossa velha maneira de ser, abandonarmos o egoísmo, deixarmos de pensar como indivíduos e pensarmos como família, irmãos, cidade, país, planeta terra. Enfim, pensarmos como parte integrante do cosmos que caminha para a destruição, caso continuemos agindo irresponsavelmente de maneira individualista e egocêntrica.

Mudar isso, de fato, requer perdas: requer perda do lucro ilícito; requer perda de “favores” políticos; requer perda das facilidades que dificultam a vida dos outros. Requer perda de bajulações, quando o falar a verdade não interessa os bajuladores de plantão; requer perda do apoio de amigos quando os interesses desses amigos não correspondem aos ideais de mudança; requer perda, até mesmo, dos próprios amigos, quando esses não eram mais do que amigos de seus próprios interesses. Quanto a isso, disse Jesus: “Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:26).

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Extraído do livro ‘O Cristianismo que os Cristãos Rejeitam’ de Julio Zamparetti Fernandes.

Um comentário:

  1. Noto o quão doentes estão os cristãos de hoje pela falta de comentários e participações, neste post, que remete ao tema primordial Cristão:
    A CRUZ!

    Quem não se viu atraído na Cruz, e morto juntamente com Cristo, que se aniquilou por nós e nos incluiu, para que fossemos esvaziados, libertos de nós mesmos, AINDA NÃO NASCEU DE NOVO.

    Porque tantos tem sido seduzidos a daixar a cruz de lado? Quem se interessa nesta questão?

    … e o morrer é lucro?

    Pouco se tem falado na cruz, que é a morte do velho homem, do “eu”, o esvaziamento humano, a troca de coração, pois fomos atraído (João 12:32).
    Para que juntamente com ELE também tivéssemos nova vida, para que ELE venha habitar em nós.
    O último grande pregrador que escreveu sobre a cruz foi John Stot, e isso tem uns 40 anos, depois disso, o fermento religioso e a nova era tem a cada dia excluído a cruz e colocado Cristo com secundário nessa teologia atual voltada para o homem, antropocêntrica e gnóstica.

    Gostei do Reverendo, devemos pregar a verdade de quem somos (nada), do que precisamos (morte, cruz) e o que receberemos (Cristo, nova vida).

    “Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer.” (I Coríntios 15:36)

    Graça e Paz

    Bosco

    http://www.esnips.com/web/CRUZ

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